Desde o primeiro dia, a China nunca olhou a meios para travar as cadeias de transmissão do novo coronavírus, nem que para isso fosse necessário fechar cidades inteiras e obrigar a população a permanecer em casa. Ao fim de quase dois anos de pandemia, a estratégia chinesa mantém a mesma prioridade, como atestam dois episódios dos últimos dias: primeiro, as autoridades mandaram parar dois comboios de alta velocidade para Pequim porque um membro de cada tripulação era contacto próximo de alguém que tinha testado positivo ao vírus da Covid-19; depois, fecharam a Disneylândia de Xangai porque um visitante do dia anterior estava infetado, obrigando as 34 mil pessoas presentes a submeterem-se a testes, e a apresentarem resultados negativos, antes de poderem abandonar o local.
Na passada quinta-feira, 28, bastou um caso de infeção para travar dois comboios que seguiam para a capital da China, um a partir de Xangai e outro desde Jiaxing. A pessoa em causa tinha viajado, no dia 18 de outubro, com dois elementos da tripulação que, dez dias depois, estavam ao serviço em comboios diferentes. No total, 344 passageiros tiveram de abandonar as carruagens e passar a noite em hóteis, à espera dos resultados dos testes. Deram todos negativo, mas quem esteve mais próximo dos membros da tripulação em risco ficou em quarentena, apesar de os dois elementos que motivaram toda esta operação estarem, também eles, negativos. Ambos os comboios foram desinfetados antes de voltarem a circular.
Já neste domingo, 31, quase 34 mil pessoas ficaram retidas na Disney de Xangai, depois de um fecho de portas forçado por um caso positivo de SARS-CoV-2, detetado num visitante do dia anterior. Ninguém entrou e ninguém saiu enquanto não se testaram todos os presentes, o que acabou por acontecer durante o espetáculo de fogo-de-artifício do parque de entretenimento. Também nesta situação os resultados dos testes foram negativos, mas o espaço só voltará a abrir ao público esta quarta-feira, 3.
Nesta segunda-feira, 1, a China registou mais 54 novos casos de infeção, segundo dados oficiais.