Há precisamente um ano, em pleno crescimento exponencial de casos de Covid, a VISÃO decidiu mostrar a outra face da moeda e fez capa com os doentes não Covid que acabaram por ficar com a saúde em espera.
Por causa da pandemia, havia cirurgias em atraso, consultas desmarcadas, exames adiados e medo de ir às urgências, além de milhares de mortes, sem explicação.
Esta sexta feira, o trabalho foi distinguido com o Prémio de Jornalismo 2020 atribuído pela Liga Portuguesa Contra o Cancro e pela AstraZeneca, na categoria de Imprensa.
“O drama dos doentes sem Covid-19 ” mostrava a ponta do iceberg, as chamadas “mortes colaterais da Covid-19”, provocadas pela suspensão e atrasos na realização de consultas, cirurgias eletivas, exames complementares de diagnóstico e rastreios, mas, sobretudo, pelo medo que afastou muitos portugueses dos cuidados de saúde, desde a chegada da pandemia.
O texto da autoria de Vânia Maia e Mariana Almeida Nogueira relata casos reais de doentes que viram consultas adiadas, diagnósticos oncológicos atrasados, cirurgias canceladas e que, muitas vezes, foram assaltados pelo medo de se dirigirem ao hospital sob pena de poderem contrair Covid-19.
Além da Imprensa, o prémio atribuído pela Liga Portuguesa Contra o Cancro e pela AstraZeneca distinguiu também a categoria Audiovisual. A vencedora nesta categoria foi a jornalista da RTP Paula Rebelo, com o trabalho jornalístico “As outras feridas da covid-19”.
Receberam ainda Menções Honrosas Carolina Ferreira, da Antena 1, com o trabalho “NO KACHI: vencer o cancro em tempo de pandemia” e Manuela Guerreiro, da revista de Domingo do Correio da Manhã, com o trabalho “Pequenos Heróis – O confinamento dos internados com cancro”.
Para o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro e também presidente do Júri, Vítor Rodrigues, “esta é uma das iniciativas anuais da Liga Portuguesa Contra o Cancro mais relevantes porque, hoje em dia, só há verdadeira igualdade de oportunidades com boa informação e, nesse campo, os meios de comunicação social e o trabalho dos jornalistas é insubstituível”.