A iniciativa, que une a associação Zero Waste Lab à empresa de compostagem Mudatuga e às Hortas Lx, ambos dedicados à permacultura e agricultura biológica, é uma oportunidade para toda a comunidade de se instruir no que toca à compostagem e vermicompostagem e pretende desenvolver uma sociedade moderna e preocupada com o ambiente, a ecologia e a sustentabilidade.
“Esta será uma ação em grande escala para impulsionar o movimento da compostagem em Portugal”, destacou Carolina Bianchi, cofundadora da Mudatuga, em nota de imprensa enviada à Visão, salientando ainda que “o objetivo é ensinar diferentes métodos de valorização de biorresíduos e mostrar que qualquer resíduo pode ser compostado – mesmo os cozinhados, [sendo] apenas uma questão de se utilizar o método adequado para cada tipo de resíduo orgânico”.
O curso que conta com quatro sessões práticas virtuais sobre lixo zero e diferentes métodos de compostagem e a última presencial sobre as hortas em casa, é o primeiro totalmente gratuito na área da compostagem e, além disso, traz ensinamentos inovadores. “[O curso] contém ensinamentos práticos que vão muito além da tradicional da compostagem em jardim, para disseminar formas mais compactas, ideais para apartamentos, incluindo o método japonês Bokashi”, lê-se na nota.
Com o apoio do Fundo Ambiental no âmbito do Programa “Apoiar uma nova cultura ambiental – Produção e Consumo Sustentáveis”, o projeto já recebeu mais de 1000 inscrições, e, agora, os idealizadores querem ir mais além: para realizar mais sessões práticas extras em outras cidades, além de Lisboa, a equipa está a angariar fundos por meio de um crowdfunding na plataforma PPL.
“Muitas pessoas que estão a participar nas sessões online pediram-nos que fôssemos a mais cidades para as sessões práticas. Porém, o nosso orçamento não chega para isso, portanto precisamos da ajuda de toda a gente para divulgar e apoiar a expansão da nossa Escola a Compostar”, comentou, na nota, Sara Morais Pinto, co-fundadora da Zero Waste Lab.
A campanha arranca esta semana e tem como objetivo angariar um mínimo de 5 mil euros para ampliar o projeto. “Caso a meta seja ultrapassada, iremos realizar ainda mais sessões em diferentes cidades. Quanto mais, melhor!”, salientou Bianchi, complementada por Luana Garcia, cofundadora da Mudatuga, que destacou que “o mais importante é conseguir alcançar o maior número de pessoas possível e criar uma revolução da compostagem em Portugal”.
Depois das aulas, a equipa mantém o acompanhamento e monitorização da compostagem doméstica através de uma plataforma online, onde também ficam disponíveis manuais e as gravações das sessões, assim como um fórum de discussão para que os participantes troquem experiências. “Acreditamos que o mais importante é criar impacto em cadeia, e, portanto, queremos que as pessoas possam se tornar multiplicadoras da compostagem depois deste curso”, referiu Maria Cristina Sousa, da Zero Waste Lab.
As inscrições para as sessões virtuais ainda estão abertas e podem ser feitas através do site da campanha e as sessões online vão estar disponíveis a pessoas de qualquer ponto do país. As sessões práticas que estão a ocorrer em Lisboa já egotaram.
Atualmente, cerca de 60% dos resíduos sólidos urbanos têm como destino final os aterros sanitários. A este cenário juntam-se as mudanças nas tarifas de resíduos que serão cobradas aos munícipes, de forma desindexada da fatura de água, com o objetivo de incentivar a redução da geração de resíduos sólidos. Espera-se que, em breve, seja implementado um sistema de proporcionalidade da tarifa em relação à quantidade gerada, tornando a compostagem doméstica não apenas uma alternativa mais amiga do ambiente como também uma ferramenta para poupar-se dinheiro em tarifas.