Tenebrio molitor. Foi esta larva-da-farinha que conduziu a cientista Nettie Stevens à descoberta do papel desempenhado por um par de cromossomas na determinação do sexo das espécies. Pela primeira vez, ao fim de séculos de especulação, a norte-americana descreveu que as fêmeas somam dois cromossomas X, enquanto os machos têm um X e um Y (a investigadora não usou logo a terminologia X e Y, essa convenção só seria adotada mais tarde). As suas conclusões revolucionárias foram publicadas em 1905. Nettie Stevens tinha 44 anos e morreu aos 50, vítima de um cancro da mama.
Esta revelação é muitas vezes atribuída a Edmund Beecher Wilson, que publicou conclusões semelhantes sobre o tema – muito menos rigorosas – praticamente ao mesmo tempo. Na época, o norte-americano era já um geneticista de renome, mas aproveitou os resultados de Nettie Stevens para corrigir a sua teoria, passando a citar a cientista como uma seguidora das suas ideias… Ao contrário da portadora de dois cromossomas XX, Wilson foi convidado a dar uma conferência sobre as suas descobertas pouco tempo depois de as anunciar.

56%
Homens sofrem mais com a pandemia
Segundo o relatório de julho do Projeto Sexo, Género e Covid-19, 64% das pessoas hospitalizadas em unidades de cuidados intensivos são do sexo masculino, assim como 56% das vítimas mortais