O arquiteto e designer de interiores belga Vincent Van Duysen, galardoado com o óscar AD100, da Architectural Digest, que reconhece novos talentos estabelecidos na área de design de interiores, construiu, em 2019, a sua Casa M em Melides, no Alentejo. O trabalho de três anos, que terminou mesmo a tempo do primeiro confinamento provocado pela pandemia de Covid-19, é assente numa linguagem estrutural e espacial muito moderna, à qual chama de santuário. Tem 4520 metros quadrados e características que demonstram o estilo minimalista do arquiteto: cor de barro que quase se mistura com o ambiente natural quente, escadas sem grades, paredes sem janelas e jardim sem relva, por exemplo
Após um ano e meio de restrições nas viagens a nível mundial devido à Covid-19, a atriz norte-americana Julianne Moore e o arquiteto belga, que não se viam há quase dois anos, decidiram voltar a juntar-se na Casa M.
Os dois são amigos de longa data e ambos se admiram bastante. Julianne Moore admitiu, até, que Van Duysen é o seu designer favorito de todos os tempos e que o seu trabalho serve de inspiração para ela e para os seus próprios espaços – até já replicou o seu design de exaustor na sua casa Manhattan, nos Estados Unidos da América.
No reencontro dos amigos, em que também está presente o marido da atriz norte-americana, o produtor, realizador e argumentista Bartholomew Freundlich, e o companheiro de Van Duyson, o modelo argentino Mateo Bou Bahler, está já a ser partilhado nas redes sociais. Nas suas contas pessoais do Instagram podem ver-se fotos e histórias das férias no retiro. Moore colocou histórias com o amigo Van Duyson na sala de estar, com um teto alto a notar-se atrás: numa, estão sentados em cadeiras da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, de cerca de 1958, e noutra, num sofá personalizado de Van Duysen, atrás de uma longa mesa de madeira rosa peroba, do Atelier Carlos Motta (no Brasil).
O projeto da Casa M veio provar, na opinião de Van Duysen, que o interior de um lar não precisa de ser equipado com tonalidades saturadas, padrões lúdicos e uma coleção de plantas em vaso para que seja quente e convidativo. Pelo contrário, precisa apenas de um design que celebre a natureza envolvente.
Ainda que os seus projetos sejam marcados por um aspeto simplista, Van Duysen não se identifica com a palavra “minimalista”, porque há uma frieza frequentemente associada a ela, defende, e, além disso, projetos como os do Hotel August, na Antuérpia (Bélgica) e a loja Aesop, em Hamburgo (Alemanha) não se limitam a esse estilo.
