No Reino Unido vários gatos domésticos estão a morrer, fruto de uma doença que se pensa estar ligada à alimentação. Ao todo, segundo a Royal Veterinary College (RVC), são 528 casos registados dos quais pelo menos 330 se mostraram fatais. No entanto, a RVC admite que os números podem estar longe da realidade, apontando para uma maior fatalidade. O motivo prende-se com o facto de a maioria dos casos não serem reportados aos veterinários e de apenas uma pequena percentagem dos veterinários transmitirem os números à RVC.
Segundo os meios de comunicação internacionais, os especialistas acreditam que se trata de casos de “pancitopenia felina”, condição que afeta o sangue, diminuindo o número de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas sanguíneas. Os casos têm-se mostrado fatais, e desde o primeiro doente, registado em fevereiro, segundo o Independent, mais 528 lhe seguiram, dos quais 63,5% resultaram na morte do animal.
A causa tida como mais provável é a ração, de várias marcas, estando a decorrer, desde junho, uma investigação da RVC e da Food Standards Agency (FSA) às mesmas. Segundo o The Guardian, a RVC aponta para a possibilidade de a doença ser causada por micotoxinas, produzidas naturalmente por fungos. Desenvolvendo-se em ambientes quentes e húmidos, as micotoxinas podem aparecer na agricultura antes ou depois da colheita, em alimentos como cereais, nozes, especiarias, frutos secos, sumo de maçã e café.
Marcas do Reino Unido como Sainsbury, Applaws e AVA, tiveram alguns dos seus produtos alimentares hipoalergénicos para os felinos recolhidos e retirados do mercado pelo seu fabricante, a Fold Hill Foods, “por motivos de segurança”. “Como mencionado pela FSA, não há nenhuma prova definitiva que confirme, nesta fase, uma ligação entre os produtos alimentares felinos e a pancitopenia felina”, afirmou um porta-voz da Fold Hill Foods aos meios de comunicação internacionais.
Passado mais de um mês do início da investigação ainda não há nenhuma conclusão a apontar, continuando em suspenso qual a causa da morte de todos estes animais. A FSA garante, no entanto, à Sky News, que “não existem evidências de que o surto apresente riscos para a saúde humana”.