“É um vermelho confiante que esperamos encoraje conversas positivas sobre a menstruação”: As palavras são de Laurie Pressman, a vice-presidente do Instituto Pantone, e o alvo deste elogio é o vermelho-período, o mais recente tom escolhido por aquele instituto como parte da campanha Seen+Heard, iniciativa da marca sueca de cuidados femininos Intimina.
Citada pela CNN, a vice da Pantone foi mais longe: “trata-se de uma tonalidade que invoca pessoas ativas e aventureiras, encorajando quem menstrua a sentir-se orgulhoso de si próprio”. Mas não só. “Exortamos todos, independentemente do sexo com que nascem, a sentirem-se confortáveis e a falar abertamente sobre aquilo que é uma função natural do corpo da mulher”. Daniela Zagar, da Intimina, fez ainda questão de acrescentar: “Apesar de milhares de milhões de pessoas serem regularmente menstruadas, isso ainda é visto como algo que não deve ser visto ou falado publicamente”.
Um discurso bem ao sabor destes tempos, em que a menstruação continua a ser um tabu em muitas partes do mundo – com o devido impacto na saúde, educação e estatuto socioeconómico das pessoas. Os casos mais gritantes têm ocorrido na Índia, onde as mulheres são inclusive proibidas de cozinha ou tocar seja em quem for durante o seu período, por serem consideradas impuras ou sujas.
Esta iniciativa da Pantone junta-se agora a uma série de esforços recentes para aumentar a visibilidade de um movimento que conheceu o seu ponto alto no ano passado, quando um pequeno documentário intitulado “Períod. End of Sentence”, ganhou um prémio da Academia. Ainda em 2019, também o consórcio Unicode – organização sem fins lucrativos que desenvolve e aprova novos emoji – introduziu o símbolo da “gota de sangue”, no âmbito de uma campanha pelos direitos das raparigas.