A controvérsia estalou depois da divulgação de um anúncio da TRESemmé, acusado de racismo porque compara o cabelo de modelos afrodescendentes e modelos caucasianas. Agora, há várias lojas na África do Sul que estão a deixar de vender os produtos da marca.
Entre elas, está a multinacional de bens de consumo Unilever, que já concordou em retirar todos os seus produtos capilares daquela marca durante 10 dias. O objetivo é demonstrar as suas desculpas publicamente devido ao anúncio “racista” que foi divulgado. Entretanto, lojas já tinham decidido fazer o mesmo, como é o caso da Shoprite, da Woolworths e da Pick n Pay.
O anúncio em questão, publicado no site da empresa de beleza e cosmética Clicks, definia os cabelos das mulheres negras africanas como “crespos e opacos” e “secos e danificados”. Já os cabelos das mulheres brancas eram descritos como “normais”. Perante a polémica, a empresa também retirou os produtos das suas prateleiras, bem como do site.
Onda de arrependimentos
A Clicks fez, ainda, uma publicação na sua página do Facebook na qual demonstra um pedido de desculpas perante o sucedido. “Todos os empregados responsáveis pela publicação deste anúncio ofensivo foram suspensos”, pode ler-se na mensagem.
A onda de arrependimento e remorsos por parte das empresas responsáveis não fica por aqui. No passado dia 4 de setembro, a Unilever pediu desculpa pelo sucedido numa mensagem publicada no site da empresa. A TRESemmé reconheceu que o anúncio “promovia estereótipos racistas sobre o cabelo”. Na publicação pode ler-se, ainda, que “a campanha teve como objetivo celebrar a beleza de todos os tipos de cabelo e a gama de soluções que a TRESemmé oferece”, mas a marca admite que errou nesse sentido.
No início desta semana, o presidente-executivo da Clicks, Vikesh Ramsunder, também fez um pedido de desculpas, dizendo que seria realizado um controlo imediato de todo o material promocional. “Embora as imagens e o conteúdo nos tenham sido disponibilizados pelo nosso fornecedor TRESemmé, isso não nos isenta da culpa”, disse, citado pela BBC.