Especialistas da Universidade Pavol Jozef Šafárik, na Eslováquia, estudaram um embrião encontrado dentro de um ovo de dinossauro de um titanossauro, que viveu há cerca de 80 milhões de anos no que é hoje a Patagónia, na Argentina. O ovo encontrava-se tão bem conservado que os especialistas conseguiram analisar pormenorizadamente alguns aspetos sobre o seu desenvolvimento.
O estudo analisou o crânio praticamente intacto do saurópode (dinossauros herbívoros com um longo pescoço e cabeça relativamente pequena). As conclusões indicam que o crânio contém informações sobre caraterísticas faciais específicas dos bebés deste grupo de dinossauros. Assim, os especialistas puderam estudar de que modo eles se desenvolveram até à idade adulta.
Com recurso a uma microtomografia computorizada, um método tecnológico que permite obter imagens de alta precisão, os especialistas conseguiram observar ao pormenor a estrutura dos dentes do embrião, os seus ossos e sinais de tecidos moles, nomeadamente fragmentos da caixa craniana e músculos das mandíbulas. “A preservação de dinossauros embrionários preservados dentro dos seus ovos é extremamente rara”, disse John Nudds, um dos autores do estudo, citado pela CNN. Deste modo foi possível determinar a aparência dos dinossauros bebés.
Através de um reconstrução feita com a ajuda da microtomografia, os especialistas indicam que o crânio do embrião era muito diferente do crânio dos dinossauros adultos, o que significa que se modificava à medida que eles foram crescendo. As aberturas do nariz do dinossauro bebé eram “puxadas para trás”, o seu rosto era muito pequeno, a cabeça tinha um chifre a ainda possuía uma visão binocular igual à dos humanos.
A análise permitiu, anda, rever as teorias sobre como os bebés deste tipo de dinossauros gigantes partiam os ovos para nascer. Há indícios de que eles tenham utilizado o chifre alongado como apoio para quebrar a casca do ovo durante a eclosão. É também provável que o focinho e o rosto tenham crescido mais depressa do que a caixa craniana, o que poderia ter eliminado o chifre com o passar dos anos, e daí os animais adultos não possuírem um.