O assassínio de Bruno Candé Marques, que pertencia à companhia de teatro Casa Conveniente e participara na telenovela da TVI Única Mulher, foi “premeditado e racista”, acusa a família do ator, em comunicado: “O seu assassino já o havia ameaçado de morte três dias antes, proferindo vários insultos racistas dirigidos ao próprio Bruno e à sua família. Face a esta circunstância fica evidente o caráter premeditado e racista deste crime hediondo.”
Bruno Candé Marques, 39 anos, foi atingido ontem, pelas 14h, por quatro tiros, disparados por um homem, com cerca de 80 anos, com quem a vítima tinha tido já várias discussões na última semana. O homicídio ocorreu em Moscavide, não muito longe do local onde morava. O homem foi detido pela PSP. O ator deixa três filhos: dois rapazes, de 5 e 6 anos, e uma menina de 2.
O comunicado divulgado pela família diz que o homem que disparou, “à queima-roupa”, os quatro tiros “já o havia ameaçado de morte três dias antes, proferindo vários insultos racistas dirigidos ao próprio Bruno e à sua família. Face a esta circunstância fica evidente o caráter premeditado e racista deste crime hediondo.”
Uma colega do ator, da companhia de teatro, disse ao Público que, dias antes, o autor do crime tinha tropeçado na cadela de Bruno Candé Marques, o que deu origem a uma discussão violenta e a ameaças de morte por parte do homem.
Bruno Candé Marques nasceu na Guiné-Bissau e cresceu na Casa Pia de Lisboa, onde começou a fazer teatro, antes de ingressar no Chapitô. Em 2010, entrou na Casa Conveniente. Há dois anos, foi atropelado quando andava de bicicleta e ficou em coma.
O ator recuperou, contra as expetativas dos médicos, mas ficou com sequelas graves no lado esquerdo do corpo e dificuldades de locomoção. A companhia Casa Conveniente estava a preparar um espetáculo que iria servir de homenagem à sua recuperação.