A partir de segunda-feira, 30, os alunos estão oficialmente a gozar o seu descanso, depois de cumprido o 2º período, até dia 13 abril. Acaba-se o stress das aulas e atividades virtuais, mas aparece outro: o que fazer, agora que o apoio estatal – que permitia ficar em casa com os meus filhos, até aos 12 anos, e receber 66% do ordenado (passa para 100% em abril), no caso dos trabalhadores dependentes – fica suspenso até que o 3º período recomece?
Nem vale a pena lembrar que não há ATLs abertos e o que a casa dos avós não é, nesta altura, uma solução, por causa dos contágios. É por isso que alguns trabalhadores que não podem desempenhar as suas tarefas a partir de casa estão a marcar férias (outros até já as teriam planeado) e quem está em teletrabalho vai tentando segurar as pontas, como até aqui. Mas e os outros, a maioria dos casos?
A solução concreta para acudir a esta franja da população ainda não está fechada, mas o Governo encontra-se a trabalhar nisso. Uma das possibilidades que está em cima da mesa é recorrer-se a faltas justificadas.
“Relativamente aos apoios às famílias e faltas justificadas, no Conselho de Ministros do dia 12 de março, quando foi decidida a suspensão da atividades letivas e não-letivas presenciais desenhou-se uma resposta: as faltas para os pais com filhos a cargo que iam ficar em casa eram tidas como justificadas. É esse sistema que agora se recupera, prolongando-se para o período das férias da Páscoa”, afirmou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Note-se que as escolas que estão a receber os filhos dos profissionais de saúde, dos serviços de ação social, das forças de segurança e de socorro, das forças armadas, dos trabalhadores dos serviços públicos essenciais, não farão esta pausa letiva.
O Bloco de Esquerda, o PCP e o PEV, no entanto, defendem que o Governo deveria prolongar o apoio disponibilizado até agora durante as férias da Páscoa, assim como a CGTP. Os presidentes das confederações de pais e da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas também se unem ao coro de protestos. Espera-se uma resposta concreta para muito breve. Até porque as férias já estão aí.
De fora deste problema estão os pais com filhos em creches, pois, para esses, os apoios estatais mantém-se iguais, porque não era suposto estas escolas fazerem pausa letiva na Páscoa.