Não é bem uma palavra só, mas desde que passou a ter enquadramento legal – é considerada crime público desde o ano 2000 – que a expressão ganhou autonomia em conjunto.
Daí que aquele que foi um dos mais marcantes factos do país em 2019 (e os números daquela que é já considerada uma espécie de epidemia de género não enganam: segundo notícias recentes, 35 mulheres, homens e crianças foram assassinadas naquele contexto só no ano passado …) tenha sido escolhido pelos portugueses como a palavra que mais marcou o ano que agora findou – com 27,7 por cento dos mais de 20 mil votos registados no site da Porto Editora.
As reações nas redes sociais, como o twitter, também não se fizeram esperar.
Em segundo lugar, e apenas a uma décima de distância ficou ‘sustentabilidade’, palavra que liderou a votação desde o início até praticamente o final da votação, sublinhando assim que é também uma crescente preocupação na sociedade portuguesa.
O outro tema que não passou ao lado dos portugueses e também causa alguma apreensão é o da difusão de informações falsas, através das redes sociais – daí que desinformação seja a terceira palavra mais votada com 13,8 por cento dos votos.
Desde 2009 que a Porto Editora organiza a eleição da Palavra do Ano para “sublinhar a riqueza lexical e o dinamismo criativo da língua portuguesa”. A lista de palavras candidatas é produzida pela editora, através da através da análise de frequência e distribuição de uso das palavras (tanto nos meios de comunicação e redes sociais como no registo de consultas dos dicionários online), a sua relevância relativamente aos acontecimentos atuais, e ainda sugestões deixadas no sítio eletrónico da Palavra do Ano.
As eleitas da década foram esmiúçar (popularizada pelo programa televisivo Gato Fedorento esmiúça os sufrágios) nessa primeira escolha em 2009, vuvuzela (aquela espécie de corneta que fez furor durante o campeonato do mundo de futebol) em 2010, austeridade e entroikado (em 2011 e 2012), ao que se seguiram bombeiro (2013), corrupção (2014), refugiado (2015), geringonça (2016), incêndios ( 2017) e enfermeiro, em 2018.