Até esta descoberta, acreditava-se que um buraco negro resultante da morte, colapso e explosão de uma estrela não podia ter mais do que 20 vezes a massa do nosso Sol. Agora, o LB-1 vem desafiar todas as teorias – a cerca de 15 mil anos luz, a sua massa é nada menos do que 70 vezes superior à do Sol, como anunciou, em comunicado, a Academia Chinesa de Ciências.
“Buracos negros com uma massa destas nem deviam existir na nossa galáxia”, sublinha Liu Jifeng, que liderou a equipa responsável pela descoberta, publicada na mais recente edição da Nature. “Agora, os teóricos terão de aceitar o desafio de explicar a sua formação”.
O LB-1 não é o maior buraco negro alguma vez descoberto, mas é o maior da sua espécie. A NASA explica que há vários tipos buracos negros e os estelares, como é o caso, não são dos maiores – diga-se, para efeitos de comparação, que um buraco negro supermassivo pode ter milhares de milhões de vezes a massa do nosso Sol.
Os buracos negros estelares são difíceis de detetar porque, à partida, não emitem raios-x, exceto quando “engolem” gás de uma estrela que se tenha aproximado demais. A Academia Chinesa de Ciências adianta que, até agora, só foram identificados cerca de 25 buracos negros estelares e explica que, dada essa característica evasiva, optou por uma técnica diferente: em vez que procurar raios-x, tentou observar estrelas que estivessem a orbitar um objeto invisível, a ser atraídas pela sua gravidade. Foi assim que viram uma estrela oito vezes mais pesada do que o Sol a orbitar… alguma coisa. Estava aberto o caminho para a inesperada descoberta do LB-1.