A forma como bebe água no seu dia-a-dia pode não ser a mais eficaz para a saúde do seu organismo. Um estudo de 2015 tem vindo a ser suportado por novas investigações sobre os efeitos do consumo de água em diferentes formas. Atenção, não há nada de errado em consumir o bem mais essencial do ser humano. Trata-se apenas de ser mais ou menos eficiente.
Em dezembro de 2015, investigadores americanos publicaram um artigo na revista American Journal of Clinical Nutrition que apresentava os resultados de uma experiência ao nível dos efeitos a curo prazo da hidratação. Os voluntários consumiram mais de uma dúzia de bebidas diferentes, desde água normal a bebidas energéticas, leite, chá cerveja, entre outras. Com base nas análises de urina recolhidas dos voluntários do estudo, os investigadores concluíram que várias bebidas – incluindo leite, chá e sumo de laranja, mas não as bebidas energéticas – eram mais hidratantes que a água pura.
E porque é que isso acontece? David Nieman, professor de saúde pública na Appalachian State University e diretor do Human Performance Lab no North Carolina Research Campus, não participou no estudo de 2015, mas tem efetuado várias investigações na mesma linha. Nieman afirma que a água normal tem tendência a passar pelo sistema digestivo humano quando não é acompanhada de alimentos ou nutrientes, sem surtir o efeito desejado.
“Se está a beber água e, passadas duas horas, a produção de urina é muito alta e a [própria urina] está clara, significa que a água não está a fazer efeito” esclarece David.
A solução não está em substituir a água por outras bebidas. A ingestão de água com aminoácidos, gorduras e minerais parece ajudar o corpo a absorver e reter mais H2O, mantendo melhores níveis de hidratação, o que é especialmente importante após exercícios e períodos de transpiração intensa. Portanto, de nada vale consumir vários litros de água se estiver de estômago vazio. É preferível beber menos mas acompanhar com outros alimentos para que a hidratação seja mais eficiente.
David Nieman alerta ainda para uma situação, ainda que rara. O consumo excessivo de água pode ser prejudicial. Por exemplo, “em atletas ou pessoas que estão a fazer exercício durante horas, se estiverem apenas a beber água, podem ‘empurrar’ muito sódio para a urina, o que leva a um desequilíbrio nos níveis de sódio do corpo”, explica Nieman. A esta condição, os médicos chamam de hiponatremia. Nestes casos, as bebidas energéticas (principalmente as que são utilizadas em contexto desportivo) são uma boa alternativa, pelo que se vê muitos atletas de alta competição a intercalar a ingestão de água normal com bebidas energéticas.
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