O anúncio foi feito na missa de encerramento das JMJ, que hoje terminam na Cidade do Panamá, presididas pelo papa Francisco, pelo prefeito daquele dicastério, Kevin Joseph Farrell, organismo do Vaticano que organiza as JMJ com um comité local.
“Como disse o santo padre, temos agora de sair daqui e pôr em prática tudo o que aprendemos. E a próxima Jornada Mundial da Juventude terá lugar em Portugal”, afirmou, perante milhares de jovens peregrinos de todo o mundo, entre os quais algumas centenas de portugueses, cujo entusiasmo foi imediato, aplaudindo.
Da assistência ouviram-se gritos de “Portugal, Portugal, Portugal”.
Na sua conta no Twitter, o papa escreveu: “A vocês, queridos jovens, um muito obrigado por #Panama2019. Continuem a caminhar, continuem a viver a fé e a compartilhá-la. Até Lisboa em 2022”.
À missa assistiram o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, em representação do Governo, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e o embaixador de Portugal no Panamá, Pedro Pessoa e Costa.
O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e cinco bispos portugueses (das dioceses de Lisboa, Guarda, Coimbra, Braga e Bragança-Miranda), assim como outros padres portugueses concelebraram a eucaristia.
A escolha de Portugal e, concretamente, de Lisboa, era expectável.
Português falado em todo o mundo pesou na decisão
Marcelo Rebelo de Sousa manifestou, por diversas ocasiões, o desejo de que as JMJ tivessem como palco a capital portuguesa, tendo sido convidado para estar na Cidade do Panamá pelo seu homólogo panamiano. O Presidente português expressou já uma “alegria incontida” com a escolha, destacando que a língua portuguesa falada em todo o mundo pesou na decisão.
“É uma alegria incontida e é começar a sonhar já e a projetar já o que se vai passar daqui a três anos e meio”, disse à agência Lusa Marcelo Rebelo de Sousa, na Cidade do Panamá.
“Acho que nós conseguimos, conseguimos todos, conseguimos nós portugueses, conseguiram naturalmente os católicos de Portugal, conseguiram os bispos católicos, conseguiu D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, mas conseguimos nós todos como povo e conseguimos nós que falamos português”, assinalou o chefe de Estado.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “foi muito importante um argumento essencial para esta decisão, o ser um país que pudesse abrir para vários continentes e, nomeadamente, para África, porque é o único continente que ainda não teve as Jornadas Mundiais da Juventude”.
“E entendeu-se – e bem – que Portugal, além de abrir para o continente americano e, obviamente, abrir para a Europa, abria para África, para a que fala português muitíssimo, e que vamos reunir em Lisboa, para aquela que não fala, mas também vai vir até Lisboa”, adiantou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal ser o segundo país lusófono a receber as JMJ depois do Brasil, em 2013, “é o reconhecimento do peso da lusofonia, do mundo que fala português”.
“E, ao mesmo tempo, o peso de Portugal, o peso de Fátima, o peso do povo católico português”, declarou o Presidente português, para acrescentar: “Mas eu não escondo que a lusofonia e o falar-se português e o estar-se presente em todos os continentes em todo o mundo pesou na luta que foi muito difícil com outros candidatos a estas jornadas de 2022”.
com Lusa