Quatro pessoas foram detidas em Surabaia, a segunda maior cidade da Indonésia, depois de ser descoberta uma operação de tráfico de crianças que comprava e vendia bebés no Instagram, de acordo com declarações das autoridades.
Segundo as autoridades, pelo menos três bebés foram transacionados pela rede. Entre os detidos, que podem ser condenados a uma pena máxima de 15 anos, está uma mãe que, supostamente, colocou o filho à venda na rede social, bem como um homem de 29 anos que se acredita ser o gestor da conta, uma parteira e um alegado comprador.
As autoridades foram alertadas para uma conta com o nome Konsultasi Hati Privat, que, supostamente, oferecia consultas de gravidez e prestava serviços relacionados com a adoção. Contudo, a polícia referiu ter encontrado provas de que estavam a ser realizadas transações monetárias.
A conta do Instagram, que entretanto foi desativada, tinha mais de 700 seguidores e as imagens publicadas eram fotos de mulheres grávidas e de ecografias realizados durante a gravidez.
De acordo com a CNN, uma das imagens publicadas era a de um bebé, definido na página como “C86”, juntamente com várias informações, como a idade, o sexo e a religião dos pais. Toda essa informação veio acompanhada por um contacto para aqueles que, supostamente, pretendiam adotar.
Outras publicações eram imagens de conversas no WhatsApp entre o suposto gestor da página e mulheres grávidas ou outras mães.
Ao The Guardian, Frans Barung Mangera um porta-voz da polícia de Java Oriental, disse, no início deste mês, que a polícia conseguiu evitar uma das operações em Surabaia, depois de uma mãe de 22 anos tentar vender o seu bebé de 11 meses por 15 milhões de rupias, que equivale a cerca de 900 euros.
O chefe da Comissão Nacional de Proteção à Criança na Indonésia (KPAI) disse à CNN que as redes sociais estão a mudar a forma como os tráficos se realizam. “Eles [traficantes] estão a usar métodos novos e mais avançados, através das redes sociais como o Instagram e o Facebook”.
A Indonésia é um país “privilegiado” para a origem, as transações e o destino de várias operações de tráfico humano, sendo que a UNICEF estima que sejam traficadas 100 mil crianças todos os anos nesse país.