O amor é complexo e arrebatador, quase nunca perfeito, e vai-se adaptando ao longo do tempo. Foi a pensar nisso – no amor, principalmente – que a jornalista Judite Sousa e a médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital de Santa Maria e no Hospital da Luz, Maria do Céu Santo, se juntaram.
De tantas conversas que as duas partilharam, nasceu este livro que, segundo as autoras, pretende ser um contributo para a “melhoria e o bem-estar de muitas pessoas”, principalmente das mulheres que sonham diariamente com contos de fadas.
Publicado pela Bertrand e à venda por €16,60, “Não Me Olhes com Esse Tom de Voz” é uma viagem pelo mundo das relações e da sexualidade de hoje em dia.
Saiba quais são, de acordo com os conselhos das profissionais, as normas que deve seguir para manter uma relação saudável, e que vai poder encontrar no livro.
NORMAS PARA O DIA A DIA DAS RELAÇÕES
Quando se abordam as relações entre amantes, fica-se pelo relacionamento amoroso, omitindo que a vida a dois tem também muito tempo dedicado a outras ocupações.
Nesse sentido, há que harmonizar o dia a dia e dar consistência às atitudes pessoais que partilhamos. Não devemos passar da dedicação, do encantamento e da atenção total, concedidos na fase que antecede uma partilha sexual, para condutas sociais que dão sinais opostos à mesma pessoa.
Muitas vezes, esquecemo-nos de que para o outro pode não ser agradável o automatismo na forma como agimos, e, por isso, convém recordar (e corrigir) algumas dessas situações.
Não atender telefonemas durante um jantar, lanche ou momento romântico.
Há momentos que não devem ser interrompidos – e, atualmente, os telemóveis podem causar grande perturbação. O melhor é silenciar os aparelhos e esquecer as agendas durante o romance, pois nada deverá interromper um olhar ou um beijo, urna conversa ou a partilha de uma refeição.
Escutar atentamente cada palavra.
Inicialmente, as relações começam pela atenção dada a cada gesto e a cada palavra, mas com o tempo isso esbate-se, quando a atenção dada ao amor deve ser total. Evitam-se mal-entendidos e discussões. Fingir que se ouve é proibido!
Saber ouvir é um dom que poucas pessoas desenvolvem, mas que é muito importante para a pessoa que precisa de ser escutada com atenção.
Lembrar os dias importantes.
Assinalar as datas não requer grandes presentes. Faça um postal, por exemplo, com uma foto de um momento importante, ou envie um beijo ou uma mensagem de carinho para demonstrar que o dia é especial.
O tempo, a imaginação e a dedicação que envolve o que queremos assinalar são muitas vezes mais reconhecidos pelo parceiro, normalmente sensibilizado pelo carinho, do que uma compra impessoal.
Conhecer e reter as preferências e os gostos e surpreendê-lo/a.
Por exemplo, como gosta do café? Quais os vinhos preferidos? Que tipo de música ouve e quais os intérpretes favoritos? Que tipo de filmes aprecia ver, ou que livros e revistas mais gosta de ler? Quais os hobbies a que gosta de dedicar tempo?
Sucede muitas vezes que a partilha de alguns destes gostos, mesmo que não sejam inicialmente os nossos, acaba por contribuir para aprendermos a gostar de outros prazeres, que passam assim a ser dos dois.
Amigos: meus + teus = nossos.
Quem diz amigos, diz família. A partilha e a cumplicidade passam também por aquilo que é externo à relação. Pode haver amigos que não sejam alvo da nossa simpatia, mas quem disse que temos de gostar de toda a gente?
Analisar a divergência de opiniões de forma construtiva e com diplomacia.
A nossa versão dos factos, opinião ou perspetiva sobre determinado assunto pode não ter 100% de razão, e o caminho faz-se caminhando através de pontos de encontro.
Desde as situações do dia a dia à política internacional e à gestão financeira de cada um, tudo isto são assuntos de conversação que requerem sabedoria e diplomacia para serem abordados sem entrar em conflito com as opiniões individuais.
Prestar atenção.
Se ele fez a barba ou ela cortou o cabelo, se ele tem uma camisa nova ou ela mudou os brincos, reparar e elogiar é bom e recomenda-se.
Rir!
O bom humor cultiva-se na relação através do riso partilhado entre ambos, e contagiado. Mesmo que seja a centésima vez que conta o mesmo episódio ou anedota que a fez rir ( da primeira vez, ria sempre. Por muito que pareça igual, é um ritual de ambos,íntimo e secreto.