Reprodução https://www.sophantastic.org/, o blogue de Sophie Ward
Durante anos, Sophie Ward, que foi campeã nacional de natação aos 14, sofreu infeções recorrentes, enxaquecas e dores de cabeça. Deixou de conseguir nadar e acabou mesmo por ficar tão fraca que não conseguia transportar a sua própria mochila para a universidade e passou a ter de andar de cadeira de rodas. O diagnóstico tardava até que chegou: Fadiga crónica. Só que era errado. Na origem de todos os sintomas estava a doença de Lyme, causada pela bactéria Borrelia burgdorferi que é geralmente transmitida aos humanos por carraças infetadas. Neste caso, o intermediário, acreditam os médicos, foi um panda, que a jovem acariciou quando visitou a China, em 2008, para assistir aos Jogos Olímpicos de Pequim.
“Ver os meus sonhos olímpicos serem desfeitos foi doloroso. Uma picada de carraça mudou completamente a minha vida”, resume Sophie Ward, de 24 anos, de Lancashire, citada pelos media britânicos.
A jovem conta que os sintomas começaram pouco depois da “experiência única” de fazer uma festa a um panda, primeiro com uma sensação de mal-estar geral e “transpiração incontrolável”.
De regresso ao hotel, os médicos verificaram que tinha febre e receitaram-lhe antibiótico para dois dias, o que lhe permitiu recuperar e gozar o resto das férias. Mesmo de volta a casa, sentiu-se “absolutamente bem durante vários anos”. Durante quatro anos, mais precisamente, porque em 2012 o mal-estar voltou em força. “Tinha grandes dores nos músculos e nas articulações. Ia a médicos mas eles tratavam tudo em separado” e concluiam que a jovem, então com 18 anos, não tinha nada.
“Comecei a esconder os meus sintomas porque sentia que as pessoas não acreditavam em mim”, relata ainda,
Só em 2017, numa consulta em que foram passadas a pente fino a sua história clínica e histórico de viagens é que sobressaiu a experiência na China.
A doença de Lyme pode ficar latente durante 30 anos. No caso de Sophie, foram quatro.
A antiga campeã de natação, que continua a ter de usar cadeira de rodas para grandes deslocações, encontra-se agora a fazer um tratamento à base de plantas medicinais para tentar controlar os sintomas, por estar demasiado fraca para tomar antibióticos.
