Para chegar a esta descoberta, publicada esta quinta-feira na revista Science, uma equipa internacional de geógrafos, físicos e cientistas planetários analisou em detalhe imagens da superfície do planeta-anão captadas em julho de 2015 pela sonda norte-americana New Horizons.
As imagens revelam que há uma série de dunas ao longo de uma área com menos de 75 quilómetros de diâmetro, entre o glaciar de azoto sólido chamado Sputnik e uma cadeia montanhosa, segundo um comunicado da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, uma das instituições que participaram na investigação.
Os cientistas sugerem que as dunas ter-se-ão formado nos últimos 500 mil anos e até mais recentemente devido à sua morfologia.
A descoberta surpreendeu-os, uma vez que as dunas aparecerem num planeta com tão pouca atmosfera e onde a temperatura à superfície ronda os -230ºC.
Já se sabia que Plutão tem montanhas pontuadas por pedaços de metano gelado, com camadas de azoto sólido à superfície.
Agora, o novo estudo admite que a sublimação (que converte o azoto sólido diretamente em gás) resultou na libertação de grãos de metano (do tamanho de grãos de areia) que foram transportados pelos ventos moderados do planeta (com velocidades entre 30 e 40 quilómetros por hora) para a borda do glaciar Sputnik e da cordilheira montanhosa.