Mário Machado ficou em liberdade condicional em maio, mas com a cabeça a prémio. Mais cedo ou mais tarde, seria perseguido por um dos seus inimigos. Reaproximar-se dos Portugal Hammerskins (PHS), o movimento que fundou vinculado à fação mais perigosa do movimento internacional de extrema-direita, não era uma opção: nenhum membro se esquecera de que Machado traíra o atual líder dos PHS, Bruno Monteiro, escrevendo uma carta a ameaçar de morte a companheira caso aquela não lhe entregasse 30 mil euros. Ao mesmo tempo, os Hell’s Angels, que tinham conseguido conquistar território em Portugal nos últimos anos, também prometiam não esquecer que o ex-líder da Frente Nacional, em 2009, teria disparado um tiro numa perna de “Thor”, um dos membros da fação daquele grupo motard no Algarve.
A retaliação chegaria mais cedo ou mais tarde. Mário Machado sabia disso. E apesar de estar em liberdade condicional, e aconselhado a manter uma postura discreta, tentou proteger-se aliando-se aos únicos que poderiam fazer frente aos Hell’s Angels: os Bandidos, arqui-inimigos do mais conhecido clube motard do mundo.
Os Hell’s Angels e os membros do The Bandidos Motorcycle Club são rivais históricos e têm travado pelo mundo lutas tão sangrentas que algumas chegaram até a ser baptizadas com nome de guerra, como “A grande guerra nórdica dos motociclistas”.
Na VISÃO contamos-lhe o percurso de dois dos gangues de motards mais violentos do mundo; o que dizem sobre eles os relatórios de segurança de polícias e serviços secretos do mundo inteiro; como nasceram; como se expandiram; e como chegaram a Portugal, numa rixa no Prior Velho, que teve no centro Mário Machado, rosto mais conhecido do movimento skinhead em Portugal.