Em 2016, nasceram mais crianças na Europa do que no ano anterior, mas não dá para respirar de alívio. Segundo os dados mais recentes do Eurostat, agora divulgados, o Velho Continente continua a envelhecer – os mais 45 milhões de bebés não representam sequer um aumento de 1% relativamente a 2015. E Portugal não está ajudar a travar essa tendência – o nosso índice de fecundidade é de 1,36 nascimentos por mulher, contra a média europeia de 1,60.
Não só temos menos filhos do que a maioria das mulheres da UE como também temos mais tarde. Enquanto as nossas congéneres são mães pela primeira vez aos 29 anos, em média, nós adiamos a maternidade para os 29,6 anos. Pior: a maioria (50,7 por cento) das portuguesas estreia-se apenas entre os 30 e os 39 anos.
Ainda olhando para o nosso umbigo e para a idade das mães portuguesas, os dados agora divulgados pelo gabinete de estatísticas da União Europeia mostram que, do total dos 45 269 primeiros filhos nascidos no País, 4% foi de mulheres com 40 ou mais anos (mais do que a média europeia, que ficou nos cerca de 3 por cento).
Olhando para todos os 28 Estados-membros, as mães mais velhas foram as italianas (31 anos), seguidas das espanholas (30,8), as luxemburguesas (30,5), as gregas (30,3) e as irlandesas (30,1). As mães pela primeira vez mais novas foram as búlgaras (com 26 anos), seguidas das romenas (26,4), as letãs (26,8), as eslovacas (27), as polacas (27,2) e as lituanas (27,3).
Se olharmos só para o número de mães adolescentes (com menos de 20 anos), temos uma lista um pouco diferente: Roménia à frente (com 14,2% do total dos nascimentos de primeiros filhos), seguida da Bulgária (13,6 por cento), a Hungria (10,8 por cento), a Eslováquia (9,9 por cento), a Lituânia (6,3 por cento), o Reino Unido (6,2 por cento) e a Letónia (6,1 por cento).
Quanto ao número de crianças, e olhando novamente para Portugal, são poucas as famílias numerosas. Do total de 87 126 nascimentos, 52% foram primeiros filhos, seguindo-se os segundos filhos (36,2 por cento) e, em muito menor percentagem, os terceiros (8,7 por cento) e os quartos ou mais (3,1 por cento). É essa também a tendência na União Europeia, onde 46,2% dos novos bebés foram primeiros filhos e 35,7% foram segundos, seguidos ao longe pelos terceiros filhos (12,2 por cento) e os quartos ou mais filhos (5,9 por cento.)
À cabeça das famílias numerosas está a Finlândia, onde 10,1% das mães teve o seu quarto ou mais filho – o que corresponde a um nascimento em cada dez. Na sua peugada, surge a Irlanda (9 por cento), seguida de perto pelo Reino Unido (8,5 por cento), a Eslováquia (8,1 por cento) e a Roménia (7,7 por cento).