Parece que ingleses e suíços não se entendem no que ao chocolate diz respeito. Há sete anos que andam de candeias às avessas por causa do KitKat.
Em 2010, a suíça Nestlé quis registar a patente do formato do KitKat, as quatro barras retangulares com o nome gravado no chocolate. Depois de ter sido aceite pelo Instituto de Marcas britânico, passaram seis meses até a Cadbury, propriedade da Mondelez International, outro gigante da alimentação, fazer um protesto formal e estalar a polémica. A Nestlé argumenta que a forma do KitKat é “icónica” e deve ser protegida por lei, mas a Cadbury tem objeções. Nesta longa batalha judicial que segue devagar, de recurso em recurso, a mais recente decisão do Tribunal de Apelo britânico decidiu que a Nestlé não pode registar o formato do chocolate.
Apesar do retrocesso, a Nestlé quer levar o seu pedido a um tribunal superior. Para que um formato possa ter marca registada, os seus proprietários têm de provar que os consumidores reconhecem o produto de imediato pela sua característica e não por uma conjugação de várias. Já, em 2013, a Cadbury também quis obter o registo da cor lilás usada nas suas embalagens de chocolate, mas a Nestlé impugnou a pretensão e ganhou o processo.
Tudo isto acontece depois de o referendo sobre o Brexit ter levado à subida do preço do cacau e a Mondelez International ser forçada a encontrar uma solução para reduzir custos. Assim, o famoso chocolate Toblerone vendido no Reino Unido passou a ter mais espaço entre os triângulos para pesar menos – mas nem o preço nem a embalagem diminuíram.

Menos chocolate, mas o mesmo preço