Correr atrás dos sonhos
Nascida no meio rural de Nova Scotia, uma das três províncias marítimas do Canadá, depois de terminar o bacharelato Maggie MacDonnell passou cinco anos a trabalhar e a fazer voluntariado num campo de prevenção de sida, na região da África subsaariana. Já no final do mestrado, percebeu que o seu país estava a acordar depois de décadas de abusos para com o povo indígena inuit, incluindo agressões ao meio ambiente e uma enorme desigualdade económica e social. Aos 36 anos, diz que o seu papel como professora é “mostrar-lhes que as oportunidades estão logo ali para serem criadas e que todos podem alcançar as suas ambições”.
Uma entre 20 mil
Maggie MacDonnell destacou-se entre 20 mil candidatos de 179 países. Esta espécie de Nobel dos professores, no valor de um milhão de dólares (930 mil euros), foi criado há três anos pela Varkey Foundation, uma organização sem fins lucrativos fundada pelo indiano Sunny Varkey, como forma de valorizar docentes que usam práticas inovadoras, incentivando outros a seguirem carreira. Antes de Maggie, distinguiram a palestiniana Hanan al-Hroub e a inglesa Nancie Atwell.
Preparar o futuro
Larry cresceu numa casa com quatro quartos partilhados por 18 pessoas, e muitas vezes não podia voltar porque ali estaria exposto a drogas e a violência, contou o aluno de 19 anos ao jornal britânico Independent. Agora trabalha no ginásio que Maggie montou para a comunidade de Salluit e já enviou a sua candidatura para a Universidade de Montreal. “O que tento fazer é criar uma abordagem de serviço comunitário dentro da minha sala de aula, criando meios para eles se envolverem na comunidade de uma forma positiva”, diz Maggie. E parece que está a conseguir.
‘Atos de bondade’
Em Salluit, no Quebeque, onde mora a segunda comunidade indígena inuit situada mais a norte do Canadá, os invernos rigorosos baixam os termómetros até aos 25 graus negativos São cerca de 1 300 os habitantes da localidade que apenas tem acesso por ar.
A escola Ikusik, onde Maggie MacDonnell dá aulas há seis anos, está neste momento sem diretor, depois de seis semanas de stresse. Além de já ter sido família de acolhimento temporário, Maggie tem criado programas para lidar com os problemas da comunidade inuit: elevados índices de uso de drogas e álcool, suicídio (seis em 2015), gravidez na adolescência, abusos sexuais e uma acentuada desigualdade de género.