Quase um quinto de todos os alimentos disponíveis para os consumidores a nível mundial são desperdiçados ou comidos em excesso. Um novo estudo da Universidade de Edimburgo revela que a população mundial consome mais 10 por cento de comida do que precisa e que 9 por cento da comida se estraga ou é deitada fora.
Para quantificar a extensão do desperdício alimentar, o grupo de investigadores considerou dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura e avaliou agumas etapas chave do sistema de alimentação mundial, desde o cultivo de alimentos, ao consumo em si. No final, concluíram que o desperdício é maior do que se pensava anteriormente.
No total, perderam-se cerca de 2,1 mil milhões de toneladas, quase metade das colheitas, devido ao consumo exagerado de comida, ao seu desperdício e a processos de produção ineficazes. A produção pecuária é o setor de produção menos eficiente, apresentando perdas de 78 por cento, correspondentes a 840 milhões de toneladas.
Cerca de 1,08 mil milhões de toneladas das colheitas são utilizadas para produzir 240 milhões de toneladas de produtos animais, como por exemplo o leite e os ovos. Só este setor contabiliza 40 por cento de todas as perdas nas colheitas.
“Reduzir as perdas do sistema alimentar global melhoraria a segurança alimentar e ajudaria a prevenir os estragos ambientais. Até agora, não se sabia que o consumo excessivo de comida tinha um impacto no sistema. Descobrimos que é não só prejudicial para a saúde, como também para o ambiente e para a segurança alimentar”, referiu Peter Alexander, um dos autores do estudo, num comunicado da Universidade.
A equipa de investigadores acredita que, se se reunirem esforços para reduzir estes mil milhões de toneladas desperdiçadas, é possível aumentar a segurança alimentar a nível mundial, de forma a garantir uma dieta acessível e nutritiva a toda a população. Esta redução resultaria, também, na prevenção dos danos ambientais.
Para reverter o sentido do desperdício, os autores do estudo consideram importante incentivar as pessoas a comerem menos produtos de origem animal, a reduzirem o desperdício de comida e a não excederem o consumo nutritivo necessário.