Os 35 velejadores de classe mundial chegaram no passado sábado à Doca de Pedrouços, em Lisboa, para começarem a montar o barco. São necessários 21 contentores para transportar todos os materiais das Extreme Sailing Series. É num catamarã GC32, com 12 metros de comprimento, 6 metros de largura, 975 kg (sem velas) e cascos com 32 pés de comprimento que todas as equipas participantes na 10.ª edição da prova vão para a água. O suprassumo dos catamarãs são os de 45 pés usados na America’s Cup, mas estes de 32 pés permitem, literalmente, voar dois metros acima da água. No domingo à tarde, decorreu o primeiro treino para preparar o arranque desta quinta-feira, 6, às 14 horas, “se o vento entrar”, como explica João Rodrigues, treinador da equipa portuguesa. O ideal para estes barcos é que o vento sopre entre os quatro e os 25 nós, e que a famosa nortada do fim de tarde se faça sentir.
“Já tivemos oportunidade de treinar algumas falhas notadas na etapa da Madeira, como as largadas, fundamentais para este tipo de regatas curtas de 15 minutos, e o andar livremente no barco quando este voa”, acrescenta o velejador que conta com sete participações nos Jogos Olímpicos. A equipa Sail Portugal – Visit Madeira é formada por Diogo Cayolla (skipper/leme) que já competiu em três Jogos Olímpicos em três categorias (Star, 49er e Tornado), bem como na America’s Cup World Series, Frederico Mello (trimmer da vela grande), Nuno Barreto (trimmer da genoa) medalhado olímpico em Atlanta 1996, Luís Brito (proa) e João Matos Rosa (floater).
Para as sete largadas e sete chegadas diárias, vão para a água as melhores equipas do mundo, com os três primeiros lugares ocupados pelas seleções de Omã (já ganharam mais de metade das regatas do primeiro ato), Suíça (pela sexta vez nas Series, tem o velejador português João Cabeçadas responsável da equipa de terra) e Áustria (compete pela sétima vez, liderada por Roamn Hagara e Hans-Peter Steinacher, ambos medalhados por duas vezes com ouro olímpico). Participam também a Dinamarca, que ficou em segundo lugar em 2015, também com um português, o velejador Renato Conde que acumula função de responsável de terra, França e Estados Unidos, com o português José Costa na equipa de terra. Chegadas de novo ao circuito são as equipas da Grã-Bretanha e do Canadá, uma equipa totalmente feminina, com seis velejadoras, um elemento a mais do que as masculinas, com a skipper olímpica da Nova Zelândia, Sharon Ferris-Choat, aos comandos.
Esta será a penúltima etapa da prova que começou, em março, em Muscat (Omã), e já passou por Qingdao (China), Cardiff (País de Gales), Hamburgo (Alemanha), S. Petersburgo (Rússia), Madeira (Portugal) e vai terminar na Austrália, em dezembro.
Além das regatas, o público pode visitar a Race Village, aberta entre as 11 e as 19 horas, com mercado de artesanato, zona de restauração, insufláveis para crianças e os contentores-oficinas dos catamarãs GC32 que tanta curiosidade suscitam.