Nasci em Vila Nova de Poiares, ao lado da Lousã, e vim para Lisboa com 15 anos para trabalhar como modelo. Uma prima em casa de quem passava os verões convenceu a minha mãe a enviar fotografias para agências e fiquei numa delas. Vim, então, morar com esse meus primos. Estava no 10º ano e ia fazendo uns biscates aqui e ali na moda. Depois, tirei Direito. As minhas grandes ambições eram em termos académicos, até queria o doutoramento.
No último ano da Faculdade, fiz o casting para a MTV e não fiquei. A meio do estágio de advocacia, voltei a tentar e dessa vez entrei. Cresci a ver a MTV, gostava muito do formato, e estava habituada a câmaras porque o meu trabalho de modelo passava sobretudo pela publicidade. Adoro televisão, era a babysitter lá de casa, mas também gosto de aventuras e sabe-me bem aprender coisas novas.
Depois da MTV, passei pelo 5 Para a Meia Noite, o Planeta Música e as Sete Maravilhas (andei pelas praias do País). Entretanto, fui sondada para o Fama Show, onde entrei no início de 2014 e fiquei até vir para a [Rádio] Comercial. Foi uma grande escola estar numa estrutura como a SIC. Adorei. Tinha de procurar diferentes abordagens e novos ângulos para fazer as reportagens.
Ser gira faz parte do formato do Fama Show, mas mesmo no 5 Para a Meia Noite havia bocas. E se não fosse gira se calhar não estávamos aqui a conversar, nem sequer teria vindo para Lisboa. Tem-me dado muito jeito [Ri-se], embora no stand up fosse uma desvantagem. Tinha de ajudar o público a ultrapassar a barreira e a ideia feita de que eu nunca diria palavrões. Como se as pessoas fossem unidimensionais.
Há uns anos, entrei numas séries de televisão mas não sou atriz. Sou apresentadora de televisão e, quando muito, digo que sou entertainer porque gosto muito de palhaçada e de stand up. Hoje em dia, ando um pouco afastada disso. Fiz o roaster da SIC Radical, o que atiçou as saudades. Vai voltar a acontecer, mas quando é que o stand up acontece? Pois, é à noite.
Nunca tinha feito rádio, só uma pequena formação por curiosidade, mas apetecia-me experimentar. E começo logo com uma coisa pequenina [Ri-se]. Nunca estive tão nervosa como no primeiro dia nas Manhãs. Não tinha muitas indicações do que era para fazer. Até quem faz bungee jumping está preso a uma corda. Mas estou a adorar porque me obriga a pensar rápido e a rir muito, no ar e fora do ar. Só tenho dificuldade em ser a menina da meteorologia. Não sei se é por as pessoas dependerem desta informação para o seu dia. Chateia-me porque não gosto de falhar.
Depoimento recolhido por Rosa Ruela