A mãe de Ralphie Kopelman, um rapaz de seis anos que sofre de autismo, diz que o jogo Pokémon Go mudou a vida do filho. Num emotivo post publicado há dias na sua página de Facebook, Lenore Koppelman relata como Ralphie começou a socializar com pessoas graças ao jogo da Nintendo que abriu a caça aos pokémons um pouco por todo o mundo.
“Depois de apanhar o primeiro na padaria, gritou de entusiasmo. Correu lá para fora para apanhar mais. Um menino viu-o e percebeu o que ele estava a fazer. De imediato tinham algo em comum. Ele perguntou ao Ralphie quantos já tinha apanhado. O Ralph não chegou a responder. Gritou: ‘Pokémon!’ e saltou de excitação enquanto abanava os braços. Então o menino mostrou-lhe quantos já tinha apanhado (mais de 100!) e o Ralph disse ‘Uaaaau’ e deram um ‘dá cá mais cinco’. Quase chorei.”
Naquele dia, a aventura de Ralphie não se ficou por aqui. Ao contrário do que é habitual, a criança soltou-se do comportamento defensivo e surpreendeu totalmente a mãe, como a própria testemunha.
“A seguir ele viu um segundo pokémon, sentado à porta de Jenny Lando [uma vizinha]. Apanhou-o e ficou tão entusiasmado que voltou a gritar e a saltar. Ela saiu de casa e ele conversou com ela sobre isso, também! Então ela disse-lhe que havia muitos pokémons no parque infantil. Ele pediu-lhe para lá ir. Ele nunca quer ir ao parque infantil à noite, porque não faz parte da sua rotina. E por norma ele é tão rígido com a sua rotina. Mas nesta noite ele estava feliz por mudar as coisas e foi. Ficámos em choque! Quando chegámos, outros miúdos vieram ter com ele para caçarem pokémons. Ele estava a interagir com outras crianças. Não sabia se devia rir ou chorar. Depois ele quis ir procurar mais e descemos a avenida. Também havia adultos à caça de pokémons e estes completos estranhos começaram a dar-lhe conselhos como ‘há ali um ao virar da esquina, companheiro, vai apanhá-lo”. E ele corria, a rir, para o apanhar. Até olhava para as pessoas e dizia-lhes ‘obrigado’.”
O post já levou esta habitante de Nova Iorque à televisão nacional dos Estados Unidos e o exemplo de Ralph está a fazer com que especialistas na doença aconselhem o jogo a crianças autistas. É um meio para desafiarem os limites que a sua condição de saúde impõe, ‘empurrando-as’ para fora de casa e facilitando o convívio com outras pessoas.
“O meu filho autista está a socializar. A falar com pessoas. A sorrir para pessoas. A verbalizar. Com completos estranhos. A olhar para eles. Por vezes até nos olhos. A rir com eles. A partilhar algo em comum. Isto é maravilhoso.”