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Dia 26 de Abril assinala-se o Dia da Produção Nacional, uma data que pretende valorizar o que é feito no nosso país e, dessa forma, sensibilizar para a importância de um vector que, bem gerido, produz benefícios evidentes quer do ponto de vista social quer económico. Quanto mais um país produz, mais auto-suficiente se torna e, pelo menos em teoria, mais facilmente enriquece, em todos os sentidos do termo. Uma forte produção autóctone tem muitos e variados impactos e, quase todos eles, indiscutivelmente positivos; não só se preservam modos de vida e se enriquecem tradições, identidades e culturas, como se sedimentam as ligações das populações ao país e aos seus territórios, dinamizando-se e promovendo-se a economia a nível local, regional e nacional. Na verdade, quanto mais um país produz, mais margem adquire para exportar e mais competitivo se mostra na conquista de outros mercados. A lógica subjacente ao “Comprar o que é nosso” tem por base, porventura, um dos mais simples e consensuais princípios de qualquer teoria económica.
Mas se é unânime a ideia de que uma eficaz produção nacional potencia a riqueza global de um país, tal não impede que se apresentem ou defendam diferentes estratégias e caminhos. E aqui sim, o debate ganha particular significado quando é preciso decidir quais os sectores em que o país deve investir e apostar, em que actividades se deve concentrar e que tipo de empresas e perfis cumprem, com pertinência, as metas delineadas. Muitas destas questões surgem, desde há vários anos, na agenda dos protagonistas da vida pública, quer política quer civil. Devemos realmente voltar a acreditar na importância do sector primário, nomeadamente na agricultura? Ou estará antes a resposta na produção industrial e nas indústrias transformadoras? E até que ponto seremos mesmo ou deveremos continuar a ser um país de serviços?
Condição essencial para uma discussão frutífera é ter noção do perfil produtivo do país e saber o que este realmente produz, em especial averiguar quais os sectores de actividade mais rentáveis. E, claro, ultrapassar algumas ideias feitas e conhecer a verdadeira capacidade exportadora da nossa economia.
Uma análise ao vigor da produção nacional, dado pelos indicadores da Pordata, contribui para distinguir os pontos fortes – as principais áreas estratégicas – das fragilidades da economia portuguesa e entender como Portugal se posiciona não só face a outros países com características semelhantes mas em relação aos que ambiciona igualar.
Valor bruto da produção em Portugal: total e por produto
![PORDATA - Valor bruto da produção_ total e por produto (base=2011) - Portugal.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/8930025PORDATA-Valor-bruto-da-produ%C3%A7%C3%A3o_-total-e-por-produto-base2011-Portugal.jpg)
Em 1995, o valor da produção nacional ascendia a mais de 171 mil milhões de euros. Em 2013, este valor quase duplicou (cerca de 308 mil milhões), apesar da quebra registada a partir de 2008 com a crise financeira nos EUA. Entre os produtos mais produzidos em 2013 estão os alimentares, bebidas e a indústria do tabaco, os têxteis, vestuário e couro, o coque (um derivado do carvão) e os produtos petrolíferos refinados. Entre os serviços, o comércio por grosso e a retalho, a construção e o imobiliário foram os que geraram mais valor, bruto e acrescentado.
Exportações de bens em Portugal: total e por tipo
![PORDATA - Exportações de bens_ total e por tipo - Portugal.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/8930070PORDATA-Exporta%C3%A7%C3%B5es-de-bens_-total-e-por-tipo-Portugal.jpg)
Ao contrário do que ainda é a percepção generalizada, a madeira e derivados, assim como as peles, couros e têxteis, há muito que deixaram de ser os produtos mais exportados por Portugal. Os minérios e metais, a par com as máquinas, são os principais bens que mais se vendem para fora do país.
Exportações de bens em Portugal: total e por principais países parceiros comerciais
![PORDATA - Exportações de bens_ total e por principais países parceiros comerciais - Portugal.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/8930202PORDATA-Exporta%C3%A7%C3%B5es-de-bens_-total-e-por-principais-pa%C3%ADses-parceiros-comerciais-Portugal.jpg)
Consulte também: http://www.pordata.pt/DB/Portugal/Ambiente+de+Consulta/Gr%C3%A1fico
Entre 1974 e 2015 o crescimento do volume de exportações foi exponencial, passando de 289,4 milhões para 49860 milhões de euros. Apesar do crescimento do peso dos EUA, China e Angola, os principais parceiros de Portugal continuam a ser Espanha, Alemanha. França e Reino Unido. Juntos, estes quatro países representam 55,6% das nossas exportações.
Taxa de cobertura das importações pelas exportações em Portugal
![PORDATA - Taxa de cobertura das importações pelas exportações em Portugal.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/8930205PORDATA-Taxa-de-cobertura-das-importa%C3%A7%C3%B5es-pelas-exporta%C3%A7%C3%B5es-em-Portugal.jpg)
Entre 1996 e 2015, Portugal mudou o seu perfil económico, passando de país maioritariamente importador a país exportador. No entanto, é nos serviços que mais se nota essa mudança, com um rácio de cobertura entre importações e exportações de 196, o que equivale a dizer que exportamos praticamente o dobro do que consumimos neste sector.
Taxa de cobertura das importações pelas exportações da Europa
![PORDATA - Ambiente de Consulta.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/8930207PORDATA-Ambiente-de-Consulta.jpg)
Em 2014, apenas 7 países da União Europeia tinham taxas de cobertura inferiores a 100: Finlândia, Bulgária, Roménia, França; Letónia, Reino Unido e Grécia. Portugal aparece em 17º lugar. Relativamente aos bens, Portugal ocupa o 22.º lugar numa lista de 29 países, tabela liderada pela Irlanda, Alemanha e Holanda. Nos serviços é o terceiro de um ranking liderado pela Croácia e pela Grécia e que tem a Alemanha em 29.º lugar.
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