A caça ao gato começou no dia 25 de abril de 2006. Um felino apareceu com um enorme e raro lagarto gigante de La Gomera na boca, nas ilhas das canárias. A espécie corria risco de extinção e o episódio gerou um movimento de repulsa contra os gatos. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), os gatos selvagens e vadios espalhados por dezenas de ilhas contribuirão para o desaparecimento de pelo menos 22 espécies de aves, nove de mamíferos e duas de répteis.
A guerra secreta contra os gatos começou em gradualmente em diferentes ilhas e arquipélagos a nível mundial. Capturados com armadilhas, peixes envenenados, caça com cães treinados ou mesmo a tiro, a caça ao gato tem acontecido em algumas ilhas do Equador, no arquipélago de Galápagos, Santa Catalina (México), Baltra (Equador), Trinidad (Brasil) e diversas ilhas espanholas.
Um estudo mais recente do biólogo norte-americano, Holly Jones, vem apoiar esta estratégia. O trabalho mostra que a erradicação dos mamíferos invasivos (principalmente ratos, cabras e gatos) beneficiou 236 animais de 181 espécies nativas de ilhas em todo o mundo.
Na ilha da Natividade, no México, a eliminação de gatos selvagens foi fundamental para a recuperação da pardela culinegra, uma ave de 80 centímetros que habitualmente faz escala para reprodução em diversas ilhas do Oceano Pacífico.
A situação da pequena ilha japonesa de Aoshima tornou-se mundialmente famosa. Os felinos tinham sido inicialmente levados para a ilha com a intenção de eliminar os muitos ratos que estariam a arruinar os barcos de pesca na ilha. Na ilha contam-se agora mais de 150 gatos, apenas 10 deles castrados. Têm-se alimentado dos restos de comida que encontram no lixo. A aldeia da ilha, onde não existem lojas nem hotéis, passou a ser conhecida como a Ilha dos Gatos e tem atraído multidões, que chegam diariamente do continente, em ferries, duas vezes por dia.