As buscas para encontrar a menina de quatro anos desaparecida na segunda-feira junto à praia de Caxias, em Oeiras, foram retomadas pelas 07h30 desta quarta-feira.
De acordo com o comandante Malaquias Domingues, da Capitania de Lisboa, hoje será usado o mesmo dispositivo de terça-feira, nomeadamente “três embarcações em buscas na Foz do Tejo, em toda a zona de interesse, duas equipas de mergulhadores e agentes da Polícia Marítima em terra”.
Mas enquanto diminui a esperança de encontrar a criança com vida, sucedem-se as informações sobre os contornos do caso.
Às primeiras horas de terça-feira, sabia-se apenas que uma testemunha ocular viu uma mulher a sair da água, em estado pânico e em avançado estado de hipotermia, que disse que as suas duas filhas estavam dentro de água. A criança de 19 meses foi retirada da água e alvo de tentativa de reanimação, no areal da Praia da Giribita, em Paço de Arcos, Oeiras, mas acabou por morrer no local.
Já durante tarde, a edição online do jornal Público avançou que as meninas poderiam ser vítimas de abusos sexuais pelo pai, conforme denúncia da mãe, em novembro do ano passado. Segundo a presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Amadora, Joana Garcia da Fonseca, as duas meninas foram sinalizadas e o caso seguiu para o Ministério Público (MP), como prevê a lei.
De acordo com o Expresso, a violência doméstica terá estado na origem da separação do casal.
O caso já levou o Ministério Público a abrir um inquérito, revelou mais tarde à Lusa fonte da Procuradoria Geral da República (PGR). “Na sequência dos factos ocorridos [segunda-feira] em Caxias foi instaurado um inquérito que corre termos no DIAP [Departamento de Investigação Ação Penal] de Lisboa-Oeste (secção de Oeiras)”.
A fonte da PGR confirma ainda que na sequência de “uma participação efetuada na PSP, a que foi junta uma comunicação recebida do Hospital Amadora-Sintra, foi instaurado, em finais de novembro, um inquérito onde se investigam factos suscetíveis de integrarem os crimes de violência doméstica e de abuso sexual de crianças”.
Sabe-se também que, na passada sexta-feira, o pai não conseguiu contactar a mulher e participou o desaparecimento das crianças à PSP da Amadora.