Que vírus é este?
Trata-se de um vírus da família Flaviviridae, na qual se incluem também o vírus da dengue, da febre amarela, da encefalite do Nilo e da encefalite japonesa.
Quais os seus sintomas?
A infeção manifesta-se através de sintomas de febre, conjuntivite, erupções cutâneas e dor nas articulações, mas quase sempre numa forma moderada. Estima-se que 1 em cada 5 pessoas infetadas fique doente mas como os sintomas não são muito acentuados pode não dar por isso.
Como se transmite?
A forma mais comum é através da picada do mosquito Aedes. Pode igualmente ser passado da mãe grávida ao seu bebé durante a gravidez. Há ainda pelo menos um relatos de um caso, nos EUA, em que a transmissão foi feita por via sexual.
Quem está em risco?
Toda e qualquer pessoa que viaje para uma das zonas em que a doença foi identificada.
Quais as zonas do mundo mais afetadas?
Identificado pela primeira vez no Uganda, em 1947, há vários anos que tinha sido identificado em zonas confinadas de África e da Ásia. Mas tornou-se um agente patogénico emergente desde que foi identificado no Brasil, depois do Campeonato do Mundo de Futebol de 2014. Em abril do ano passado, na cidade de Salvador, capital do estado da Baía, as autoridades de saúde confirmavam que uma doença até então desconhecida tinha sido identificada em cerca de 500 pessoas.
O que as pessoas pode fazer para prevenir a doença?
Ainda não há vacina. A melhor maneira de prevenir que a doença se espalhe é evitar ser picado: usar repelente, calças e camisolas de manga comprida e estar o mais possível em lugares com ar condicionado, pouco propícios à proliferação do inseto. Janelas e portas devem protegidas com redes que impeçam a entrada do bicho.
Se for infetado, o que posso fazer?
Trate os sintomas: muito descanso, beber líquidos para evitar a desidratação e tomar medicamentos para reduzir as dores e a febre.
Quem corre riscos maiores?
A maior preocupação das autoridades de saúde são as mulheres grávidas, dados os relatos de bebés nascidos com microcefalia, condição neurológica em que a doença e o cérebro da criança é significativa menor do que a de outras da mesma idade.
Já há casos em Portugal?
Sim. Dos seis casos até agora registados no nosso país, cinco vieram do Brasil e o sexto da Colômbia. Estão internados mas estáveis.
Corremos o risco de ter uma epidemia no nosso país?
Segundo a direção-geral de saúde, não se espera nenhum surto: no continente, não há registo de nenhum dos mosquitos – género Aedes – que pode transmitir a doença. Na Madeira, onde existe o Aedes aegypti, não existe o vírus. Mas um especialista brasileiro explica como o vírus pode chegar a Portugal: SAIBA MAIS AQUI
E no mundo?
A verdade é que a Organização Mundial de Saúde está preocupada e, depois de admitir que o Zika possa vir a afetar três a quatro milhões de pessoas no continente americano, apressou-se a agendar uma reunião da comissão de emergência para a próxima semana. Só no Brasil estima-se que cerca de 1,5 milhões possam ficar doentes – no entretanto, nasceram mais de 4 mil bebés com deficiências cerebrais. Na Colômbia, contam-se menos de 15 mil infetados mas acredita-se que o número possa chegar aos 600 mil.