Faça a sua doação através do número de telefone 760 300 500 (custo da chamada 0,60€ + IVA, dos quais 0,50€ revertem para esta causa) ou através de transferência bancária para o número de conta 0036 0344 99100016957 64
Durante 2015, e só pelo mar, entraram 1 milhão de pessoas na Europa. O fluxo diminuiu neste primeiro mês do ano, mas ainda assim os barcos não param de chegar às ilhas gregas, carregados de gente que foge de guerras e perseguições. Os que sobrevivem à travessia têm pela frente uma longa caminhada, agora feita no meio de nevões.
Na passada quarta-feira, 20, dia em que o lado norte da ilha de Lesbos acordava debaixo de neve, um menino de 3 anos e uma mulher, de 43, ambos sírios, morriam de hipotermia, apesar dos esforços da guarda costeira grega e dos voluntários que os receberam.
Mais a norte, na Sérvia, a temperatura caiu para os 15 graus negativos, e os refugiados que chegam da Macedónia têm de caminhar na neve cerca de dois quilómetros, para alcançarem a fronteira. Nem sempre conseguem lugar num dos autocarros providenciados pelo ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).
Os que optam por apanhar um comboio que os leva até Sid, cidade que faz fronteira com a Croácia, por vezes são obrigados a esperar várias horas ao ar livre. “Não há sequer abrigo para as mulheres e as crianças. Quando o comboio chega e as pessoas se apressam a subir, muitas têm dificuldade em mexer-se por causa do frio”, lê-se no site do ACNUR.
“Pensa mesmo que faríamos esta viagem perigosa e estaríamos aqui a enregelar se estivéssemos a salvo na Síria?”, pergunta Mahmoud, um refugiado entrevistado em Presevo, na Sérvia. Ele, a mulher e dois filhos, de 4 anos e quatro meses, esperavam há três horas na plataforma da estação de comboios.
Na Croácia, onde à noite os termómetros registam -12, a polícia reduziu os tempos de espera no Centro de Trânsito em Slavonski, só desembarcando os comboios um vagão de cada vez. Os refugiados vêm enregelados e são recebidos por roupa quente e cobertores, distribuídos pelo pessoal das Nações Unidas.
O cenário é semelhante em todas as rotas utilizadas pelos refugiados. O desafio, agora, é tentar minimizar os rigores do inverno, sabem no ACNUR. No final de outubro foi, por isso, montado um “centro de operações”, na sede da agência, situada em Genebra, na Suíça, onde seis pessoas passam os dias a estudar as previsões meteorológicas e a cruzá-las com as informações que lhes chegam das fronteiras e dos campos de refugiados. Objetivo principal: evitar mortes desnecessárias.
O gabinete de crise, é disso que se trata, não tem janelas. Os dados estão sempre a mudar, pedindo uma atenção redobrada; uma distração pode ser fatal no terreno. As paredes estão cobertas de ecrãs e de mapas rabiscados à mão. Na porta há um poster com todas as rotas dos refugiados. “Para nós, ele tem tanta importância como o metro de Londres”, diz o diretor do gabinete, Chris Earney.
É algures nessas rotas que estão situados os 70 campos onde os refugiados passam umas horas ou uns dias, na sua caminhada rumo ao norte da Europa. Conhecer as previsões meteorológicas na região é, por isso, crucial, aprendeu Ruxandra Bujor, que tem cinco anos de experiência a coordenar campos de refugiados. Está longe do terreno, mas vai sabendo em tempo real o impacto que o trabalho da equipa do “centro de operações do inverno” tem tido.
Nos campos falta tudo, mas falta sobretudo material que permita a sobrevivência dos refugiados. Há mais de 60 milhões de deslocados no mundo, o ACNUR não consegue chegar a todo o lado.
É aqui que entra a campanha de angariação de fundos promovida pela SIC Esperança, o seu primeiro projeto de ajuda humanitária fora do território nacional. A ajuda começa nos 60 cêntimos, que é o preço da chamada de valor acrescentado, sabendo que 50 vão diretos para o ACNUR comprar o que for preciso para distribuir nos campos de refugiados na Europa, nomeadamente tendas familiares e kits de emergência individuais, com roupa, calçado, toalhas e cobertores
Faça a sua doação através do número de telefone 760 300 500 (custo da chamada 0,60€ + IVA, dos quais 0,50€ revertem para esta causa) ou através de transferência bancária para o número de conta 0036 0344 99100016957 64.