Um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism constata que as pessoas que desenvolveram diabetes tipo 2 tomavam significativamente mais antibióticos – mesmo até 15 anos antes da doença ter sido diagnosticada – do que as pessoas que não tenham a doença.
Os investigadores utilizaram dados de cidadãos dinamarqueses, uma vez que o país tem um sistema de pagamento único de seguro de saúde nacional, com registros detalhados acerca de saúde e de farmácia. Ao terem acesso a esses registros, foram analisadas 170,504 pessoas que tinham diabetes tipo 2 e os investigadores cruzaram a informação do seu histórico de prescrições médicas de antibióticos.
Após a análise dos dados das pessoas que tinham este tipo de diabetes, compararam os dados obtidos com os de outros cidadãos dinamarqueses – cerca de 1,3 milhões – com a mesma idade.
O estudo não foi realizado para determinar exatamente uma causa, mas os autores do estudo apontam duas interpretações dos resultados. Uma delas é que as pessoas, anos antes de serem diagnosticadas e que desenvolveriam diabetes tipo 2, são mais vulneráveis a infeções, por isso faz sentido que tomem mais antibióticos. A outra teoria é que os antibióticos aumentam o risco de diabetes tipo 2.
Esta segunda teoria é derivada em parte da investigação em ratos, e que atrai Martin Blaser, professor de medicina e de microbiologia da Universidade de Nova Iorque, Langone Medical Centre, e investigador de longa data sobre o efeito dos antibióticos.
Os resultados do estudo não são conclusivos, e Blaser afirma que: “É uma evidência consistente com a ideia de que os antibióticos têm um custo – não apenas em termos monetários, mas um custo biológico em termos de potencialmente causar efeitos a longo prazo”.