Segundo o jornal italiano L’Eco di Bergamo, o Tribunal de Bergamo decidiu que a mãe deve passar a incluir carne na alimentação do menor pelo menos uma vez por semana, enquanto o pai deve comprometer-se a não lhe servir carne mais do que duas vezes ao longo dos fins de semana em que estiver com a criança.
Mas este não é o primeiro caso em que a alimentação dos filhos acaba por ser decidida em tribunal, na Itália. “Cada vez mais, em casos de separação e divórcio, os filhos são o centro de polêmicas e acabam sendo instrumentalizados pelos pais. A questão alimentar, que é particularmente delicada, é uma delas. É um fenómeno que tem ocorrido com maior frequência”, explica à BBC o advogado italiano Carlo Prisco.
Também Annamaria Bernardini de Pace, uma das advogadas de Direito de Família mais conceituadas de Itália, considera que a alimentação dos filhos é e sempre foi razão de discussão entre pais separados. A decisão do Tribunal de Bergamo, segundo a advogada, demonstra que problemas deste tipo existem. “A dieta normal é a omnívora. As outras formas de alimentação, como vegetariana, macrobiótica, são escolhas minoritárias e nem sempre são aceites pelo outro genitor.”
“As pessoas devem ter a liberdade de escolha, mas quando os pais não conseguem entrar em acordo sobre a alimentação dos filhos menores é o juiz quem deve intervir, baseando-se no parecer de médicos, psicólogos ou outros especialistas”, defende.