Um estudo do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça ,confirma que o estilo de alimentação pode ser mesmo uma consequência do estado emocional. Mas segundo os investigadores, a alimentação sofre uma influência direta da própria personalidade de cada um e pode variar consoante vários fatores: disponibilidade para viver novas experiências, ter uma personalidade extrovertida, ser amável ou revelar instabilidade emocional.
O estudo, publicado na revista de científica Appetite, avança que a instabilidade emocional dá origem à tendência para comer pouco ou para comer alimentos pouco saudáveis. Já os mais responsáveis comem mais fruta e evitam alimentos com mais calorias. No caso das pessoas com uma personalidade extrovertida, a preferência pelos doces, pela carne e por alimentos mais calóricos surge como consequência das relações sociais intensas . O estudo diz ainda personalidades disponíveis para novas experiências gostam de refeições salgadas, de legumes e de provar comidas com fruta.
Além dos fatores económicos e culturais que influenciam a escolha dos alimentos, Javier Aranceta, da Sociedade Espanhola de Nutrição Comunitária, defende que o fator psicológico e emocional pode ter um peso de cerca de 25% na alimentação. O espanhol dá o exemplo de uma pessoa idosa, viúva, que vive sozinha e com uma reforma baixa. “Não tem ânimo para seguir uma alimentação equilibrada, exceto no dia em que a família vem e prepara uma refeição espetacular. Claro que podia fazê-lo todos os dias, mas não tem ânimo para isso.”
O equilíbrio emocional revela-se um elemento determinante para uma alimentação saudável, a par da prática de actividade física regular e da ingestão de água ao longo do dia. Segundo os investigadores, o estado emocional do indivíduo influencia o que lhe apetece comer, os alimentos que compra no supermercado, a maneira como cozinha e como come.
Mas se o estado emocional influencia a alimentação, o processo inverso também pode ocorrer. Uma alimentação pouco saudável pode ter consequências negativas para a saúde psicológica, uma vez que o consumo de determinados alimentos não “responde” a fatores emocionais, provocando apenas uma sensação de bem-estar a curto prazo.