Os riscos de infertilidade em mulheres com cancro variam “das drogas empregues” e da sua idade, sendo a quimioterapia o tratamento “mais agressivo para a fertilidade”, afirmou o presidente do núcleo da LPCC, Carlos Oliveira, referindo que os riscos “são grandes” para as mulheres em idade fértil.
Face a esses riscos, o Núcleo Regional do Centro vai promover uma sessão sobre oncofertilidade no sábado de manhã, no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra, na qual pretende mostrar a importância e as possibilidades disponíveis da preservação da fertilidade para doentes oncológicos.
Na região Centro, foi criado em 2010 o Centro de Preservação da Fertilidade no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), tendo, até ao final de dezembro, preservado a fertilidade a 275 doentes oncológicos, 188 homens e 87 mulheres.
Esta “é uma nova forma de abordar a fertilidade” em doentes oncológicos, sendo necessário divulgar esta possibilidade junto dos doentes, mas também junto dos profissionais de saúde, sublinhou Carlos Oliveira.
técnica da criopreservação de ovócitos, aplicada no centro do CHUC, apresenta “uma taxa de êxito global” que ronda os 40%, sendo também utilizada a criopreservação do tecido ovárico, que “ainda é uma técnica experimental”, não havendo ainda em Portugal nenhum bebé nascido a partir dessa técnica, que implica uma intervenção cirúrgica, informou.
Os médicos estão a ser intensivamente informados daquilo que devem fazer para encaminhar os doentes para a preservação da fertilidade”, frisou Carlos Oliveira, considerando que esta é uma abordagem não apenas da doença “mas do doente na globalidade”.
sessão vai contar com a participação de Ana Teresa Almeida Santos, diretora do Centro de Preservação da Fertilidade, e de Cristina Silva e Cláudia Melo, também daquele mesmo centro do CHUC, abordando-se questões como o risco da infertilidade ou o apoio à tomada de decisão.