Muitos produtos populares elaborados à base de arroz, como cereais de pequeno almoço e papas de bebé, revelaram-se uma fonte de… arsénico. Já vegetais e cereais integrais mostraram-se ricos em cádmio e o atum, sem novidades, em mercúrio. Os doces, por seu lado, podem conter alumínio (proveniente dos corantes alimentares). Estas são algumas das conclusões da investigação do Dispatches, do britânico Channel 4.
No caso do arroz, a água em que cresce faz o arsénico que normalmente se encontra retido no solo libertar-se, acabando por ser absorvido pelo cereal. Apesar de os níveis de arsénico encontrados no arroz não serem tóxicos a curto prazo, faltam estudos para avaliar as consequências da exposição a longo prazo. O arroz basmati é o que absorve menos arsénico do solo.
A substância pode, no entanto, ser removida em cerca de 80% na confeção, devendo para isso ser bem lavado antes de cozinhado em água tão abundante quanto possível e, depois, passado por água a ferver.
O cádmio está presente naturalmente na maioria dos vegetais e nos grãos integrais, que o retiram do solo. Além de cancerígeno, o veneno é tóxico para os rins. Neste caso, o que há a fazer é descascar, ou, pelo menos, lavar, os vegetais antes de consumir.
O mercúrio, por sua vez, lançado ao mar por processos industriais, é consumido pelos peixes e vai sendo acumulado pelos predadores, o que significa que quando mais alto na cadeia alimentar, maior a quantidade de mercúrio: tubarões, peixe-espada e atum são os mais afetados. O mercúrio pode ter efeitos negativos no desenvolvimento fetal e infantil. Em adultos, tem sido associado a depressão, insónia, dores de cabeça e distúrbios de personalidade.