O mês passado foi o agosto com menos incêndios na última década, registando-se menos de duas mil ocorrências, disse à Lusa fonte da Proteção Civil, que aponta o verão atípico e comportamentos mais responsáveis como principais razões.
“Este mês de agosto é o melhor ano desde que há registos, desde 2003. Até esta data são os valores mais baixos registados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas em relação ao número de ocorrências e de área ardida”, garantiu à Lusa o comandante adjunto de operações da Autoridade Nacional Proteção Civil, Carlos Guerra.
De acordo com o responsável, a situação meteorológica — em agosto passado, as temperaturas estiveram mais baixas do que costumam — pode ter ajudado a que o número de fogos não tenha passado dos 1.937, mas outros fatores também contribuíram.
“As condições meteorológicas contribuíram de uma forma acentuada para este número de ocorrências, mas também queremos acreditar que teve a ver com os comportamentos menos negligentes das populações e com os cuidados no manuseamento de equipamentos agrícolas, ou seja uma diminuição dos comportamentos de risco da população”, explicou.
Em comparação com o ano passado, este número de fogos fica muito aquém, já que representa um terço dos registados em agosto de 2013.
“No ano passado, no mês de agosto, foram [contabilizados] quase três vezes mais [incêndios] do que neste ano”, frisou.
Apesar de admitir que o número de incêndios ainda foi “significativo”, Carlos Guerra referiu que todos têm tido uma resposta “assertiva e imediata” pelos meios de combate aos incêndios florestais – povoamento e terreno de mato – com “reforço nas zonas de maior perigo”.
O responsável adiantou ainda que já correram 1.940 incêndios agrícolas – não contabilizados no bolo total – desde o início do ano, alegando que o número reduzido também se deve à prevenção e à rápida mobilização dos meios de combate.
Também em termos de área ardida a diferença entre este ano e o ano passado “é significativa”, afirmou o responsável da Proteção Civil
Desde o início deste ano e até 15 de agosto, arderam 8.700 hectares, sendo que no mesmo período do ano passado, a área ardida chegou aos 30.989 hectares.
No total da época de incêndios do ano 2013, arderam mais de 120 mil hectares, tendo sido o valor maior desde 2010.