No final do ano passado, o bispo alemão Franz-Peter Tebartz-van Elst foi suspenso pelo Vaticano depois de ter gasto cerca de 31 milhões de euros da igreja na construção da sua residência pessoal. Segundo revelações de um jornal alemão divulgadas hoje, este dinheiro destinava-se a instituições de caridade. O dinheiro desviado pelo bispo alemão estava reservado à fundação alemã St Georgswerkes, ligada à arquidiocese local, que dava assistência a famílias e crianças pobres.
A investigação revela ainda que o montante desviado pelo bispo pode ser superior ao inicialmente divulgado e chegar aos 40 milhões de euros.
Há três anos, Franz-Peter Tebartz-van Elst, bispo da diocese de Limburgo, no oeste da Alemanha, começou a construção de uma nova casa, ao lado da catedral onde realiza suas missas. As obras, inicialmente orçadas em dois milhões de euros, ultrapassaram os 30 milhões. Além do apartamento pessoal, o complexo inclui uma capela privada, jardins, um museu, sala de conferências e biblioteca.
A imprensa revelou ainda que o bispo teria gasto 600 mil euros em obras de arte, 15 mil numa banheira e muitos milhares em alterações de última hora.
Em outubro de 2013, o papa Francisco, defensor de uma “Igreja pobre para os pobres”, ordenou que o bispo se afastasse da diocese. Tebartz-van Elst continua a alegar não ter feito “nada que justifique a demissão”.