Ser friorento afinal tem vantagens. Segundo um estudo recente, os mais friorentos têm mais probabilidade de emagrecer facilmente, pois o frio leva a que o corpo produza calor para manter a sua temperatura normal, processo que obriga a queimar tantas calorias como, por exemplo, andar de bicicleta.
O estudo foi realizado no Instituto de Pesquisas Médicas Garvan, em Sydney, nos Institutos Nacionais de Saúde Americanos (NIH, sigla inglesa) e contou com dois testes, onde participaram alguns indivíduos.
Primeiro, os participantes permaneceram 15 minutos dentro de uma sala refrigerada, com temperaturas entre os 12º e os 18ºC. No intervalo de temperaturas entre 14º e 16ºC já se encontravam a bater o dente. Num segundo teste, fizeram uma hora de bicicleta a um ritmo moderado e outros exercícios físicos.
“Descobrimos que andar de bicicleta, durante uma hora a um ritmo moderado, produziu a mesma quantidade de irisina que tremer por 10 a 15 minutos”, disse Paul Lee, coordenador do estudo. A irisina é uma hormona que o músculo liberta quando treme e é a responsável pela conversão do tecido adiposo branco – a gordura indesejada que armazena energia – em tecido adiposo castanho – onde a energia, em vez de armazenada, é usada para gerar calor.
“Quando sentimos frio, primeiro ativamos a nossa gordura castanha, porque queima energia e emite calor para nos proteger. Mas quando essa energia é insuficiente, [tem que se produzir mais e, para isso,] o músculo contrai-se mecanicamente, ou treme, gerando calor dessa forma”, explicou.
Para Lee, a explicação está no facto de o exercício físico e o tremer provocarem os mesmos efeitos nos músculos. “A nossa especulação é que o exercício físico imita o ato de tremer, pois há contração muscular durante ambos os processos”, afirmou.