Dezenas de doces no ecrã, que devem ser agrupados por cor, num total de 400 níveis, que implicam dominar vários obstáculos e truques. Está criada a receita para prender milhões de pessoas ao jogo durante várias horas e gerar lucros para a empresa que o criou, a King, na ordem das centenas de milhares de euros por dia – o jogo é gratuito, mas para superar determinados obstáculos é possível comprar “ajudas”..
Os criadores garantem que é possível completar o jogo sem gastar um cêntimo, mas esta é a saída mais fácil para quem não quer parar de jogar, uma vez que se um jogador gastar as cinco vidas que tem por nível, só pode voltar a jogar 30 minutos depois.
Tom Stafford, professor de Psicologia e Ciências Cognitivas da Universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha, acredita que este vício se deve a um fenómeno psicológico – o efeito Zeigarnik.
Zeigarnik era o apelido de um psicólogo russo que observou que os empregados de mesa têm uma memória impressionante para decorar os pedidos, mas apenas até os entregarem aos clientes. Nesse momento, esquecem completamente algo que sabiam momentos antes.
“Zeigarnik deu nome a todos os problemas em que uma tarefa incompleta fica fixa na memória. E o Candy Crush gera uma tarefa incompleta”, explica Stafford, à BBC. Cada nível é uma tarefa que um jogador sente necessidade de resolver, e com urgência.