O anúncio causou polémica no Reino Unido, com a frase, em inglês, “I wish my son had cancer”. O objetivo de Alex Smith era alertar a opinião pública para a doença de Harrison, o seu filho, de seis anos, portador de Distrofia muscular de Duchenne.
Distrofia de Duchenne é uma doença genética incurável que provoca degeneração progressiva dos músculos. Segundo Smith, Harrison tem apenas uma esperança média de vida de 25 anos.
“Não há hipóteses de recuperação ou medicamentos para ajudar, apenas a certeza de uma vida muito curta, marcada por uma doença debilitante que o deixará incapaz de se mover até que seu coração ou pulmões desistam de lutar”, diz Alex, no site www.harrisonsfund.com.
“Como poderia eu desejar que meu filho tivesse uma doença tão terrível? Mas a verdade é que o diagnóstico de cancro, ainda que duro, é preferível ao diagnóstico dele”, declarou Smith à BBC.
A Distrofia de Duchenne afeta, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma em cada 3,5 mil crianças do sexo masculino. Em muitos casos, as crianças perdem a capacidade de andar aos 12 anos de idade. “Ele luta para conseguir levantar-se do chão e não corre com facilidade. É frustrante para ele e de cortar o coração para nós”, confessou Smith.
O anúncio foi uma forma desesperada mas consciente de alertar para a gravidade da doença. Conseguiu a atenção que queria com a campanha que lançou esta semana e explicou o quanto é difícil ver a vida do filho em contagem decrescente. O vídeo foi publicado na quarta-feira no Youtube e tem três minutos e o anúncio foi divulgado em dois jornais locais. Smith também criou o site para tentar angariar o dinheiro necessário para investir em pesquisas.
Harrison ainda não sabe que a doença lhe pode dar tão pouco tempo de vida. À BBC, Alex Smith diz que “não é algo que uma criança de seis anos precise de saber mas vai chegar o dia em que ele vai ‘googlar’ a respeito da doença e teremos que ter essa conversa.”
Depois de ter recebido tantas criticas, Smith publicou uma mensagem a admitir que pode ser difícil compreender que se deseje uma doença como cancro a uma criança, mas que preferia ter ouvido este diagnóstico, com uma maior hipótese de sobrevivência dados os avanços científicos e tratamentos que se têm vindo a desenvolver.