Aos 40 anos, Jan Scheuermann recebeu o diagnóstico: era portadora de uma doença degenerativa que afeta os neurónios do cerebelo, a partir de onde se controla a coordenação muscular e o equilíbrio. Treze anos depois, Jan tinha perdido, por completo, a mobilidade do seu corpo, do pescoço para baixo. No entanto, agora, com a ajuda de um braço robótico, que controla com o pensamento, voltou a conseguir movimentar objetos.
O caso, publicado esta segunda-feira no Lancet Medical Journal, não é pioneiro, mas os responsáveis destacam que nunca antes tinha sido possível um controlo tão preciso e natural, alcançado graças ao desenvolvimento de um algoritmo informático que imita fielmente a forma como um cérebro saudável controla os movimentos dos membros, conforme explica Andrew Schwartz, professor de neurobiologia da Universidade de Pittsburg, EUA.
A paciente tem implantados no córtex cerebral dois sensores, de quatro por quatro milímetros, que contém microelétrodos encarregues de reconhecer a atividade cerebral responsável pelos movimentos e enviá-la para um processador que interpreta os sinais e os transmite a um braço mecânico. Este, por sua vez, executa as ações.
Depois de 14 semanas de treino, Jan já era capaz de uma “coordenação, habilidade e rapidez de movimentos quase similar” à de qualquer pessoa em plena posse da sua capacidade de se movimentar.