O fundador do Livre criticou os socialistas, esta quinta-feira, por não esclarecerem se pretendem uma repetição da Gerigonça, uma maioria absoluta ou vir a pedir a mão ao PSD, em caso de uma vitória magra. De acordo com Rui Tavares, essa incógnita relativamente ao PS é extensível ao BE e ao PCP, esperando que tais respostas sejam dadas nas próximas semanas.
O PS está a deixar de forma demasiado difusa, e por esclarece, se afinal quer fazer uma convergência à esquerda; se está a lutar por uma maioria absoluta ou se quer uma Bloco Central com o PSD”, admitiu Tavares, no Irrevogável, o programa de entrevista da revista VISÃO, apontando que à esquerda não é melhor o cenário. “Ao votar BE e PCP, não se sabe se se está a votar no BE e no PCP da convergência e da Gerigonça, ou naqueles que não deixaram as negociações [sobre o Orçamento do Estado] chegar sequer à especialidade”, disse, dias após a aprovação em congresso do programa com que o Livre se apresentará nas legislativas.
Rui Tavares defende que “o voto do Livre serve para, no caso de uma maioria de esquerda, uma governação a quatro anos”, mas de papel passado e sem “pendurar tudo no orçamento e não cometer os erros de 2019”. “Poremos em cima da mesa aquilo que tínhamos proposto: um acordo multilateral, multipartidário, nos quatro anos de legislatura”, assegurou, afirmando que “não há qualquer tabu” por parte do partido – que disse estar “no meio da esquerda e de convergência – quanto à participação num futuro Governo PS. Todavia, para já, compromete-se para uma solução de “governalibiidade e um compromisso para quatro anos; nao só para os orçamentos, como para maiorias parlamentares”.
Fundado em 2014, o Livre conseguiu nas legislativas de outubro de 2019 eleger a cabeça de lista por Lisboa, Joacine Katar Moreira, que entrou rutura com o partido semanas depois, saindo de forma atribulada. Rui Tavares considerou esse episódio uma “pena”, admitindo que Joacine fou “uma perda” para o Livre.
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