Numa reunião à porta fechada do Conselho Nacional do PSD, José Pedro Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, comentou que Pedro Nuno Santos fez “pior à democracia em seis dias do que André Ventura em seis anos”. “Vi com alguma perplexidade porque, estando ou não numa reunião partidária, continua a ser presidente da Assembleia da República, que é uma função e um cargo muito importante em Portugal, a segunda figura do Estado”, comentou Ferro Rodrigues, questionado pela agência Lusa.
Eduardo Fero Rodrigues lembrou que, quando como membro da Comissão Política do PS e ao mesmo tempo presidente da Assembleia da República, deixou de ir a essas reuniões partidárias para não prejudicar o seu trabalho institucional no parlamento.
“É uma coisa de tal maneira infeliz, aquilo que foi dito, e de tal maneira irracional que alguma ponderação teria sido o mínimo dos indispensáveis”, condenou. O antigo presidente do parlamento disse esperar que “daqui se retirem consequências sobre o futuro de Aguiar-Branco como presidente do parlamento”.
“Não tem condições de ser eleito com a mesma base parlamentar com que foi, que foi o PSD e o PS. Seria muito estranho depois daquilo que ele disse do líder do PS que o PS estivesse disponível, no caso dessa questão se vir a colocar”, defendeu. Para o antigo secretário-geral do PS, há uma coisa “bastante grave” naquilo que Aguiar-Branco disse sobre Pedro Nuno Santos que tem que ver com o facto de terem sido os deputados do PS, e não os do Chega, que permitiram a sua eleição como presidente do parlamento há cerca de um ano. “Quem votou a favor dele há um ano, e bem, foi o PS para ultrapassar um impasse que se vivia na Assembleia da República. Esquece isso tudo e trata mal aqueles que permitiram que fosse presidente da Assembleia da República durante este ano”, acusou.
O líder socialista rejeitou na quinta-feira qualquer conflito institucional ou pessoal com o presidente do parlamento.