A VISÃO sabe que Luís Montenegro tem já nomes para liderar o Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) e para o Serviço de Segurança Interna (SSI), que deviam ser anunciados esta semana. No entanto, a onda de protestos contra a violência policial na Grande Lisboa desencadeada pela morte de Odair Moniz pode adiar as nomeações.
Há muito que se sabe que Graça Mira Gomes, a embaixadora que está à frente do SIRP, não tem a confiança política de Luís Montenegro. Algo que o próprio tornou público quando era líder da oposição, na sequência do episódio que envolveu o ex-assessor do Ministério das Infraestruturas Frederico Pinheiro.
Apesar disso, sete meses depois de entrar em São Bento, Montenegro ainda não substituiu a secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa, admitindo-se que pudesse ficar até janeiro de 2025, altura em que entrará na reforma.
Mas Luís Montenegro terá já um nome para o seu lugar, bem como um substituto para Paulo Vizeu Pinheiro, que saiu para Bruxelas, onde está como Representante Permanente de Portugal junto da NATO.
É que o Serviço de Segurança Interna (SSI) tem desde agosto um novo secretário-geral adjunto, mas ainda não um secretário-geral.
A VISÃO sabe que em Belém se considera que será mais prudente deixar passar os protestos antes de anunciar estas chefias, num momento que é particularmente sensível e que pode fazer crer que os anúncios são uma forma de responder ao que se está a passar.
PJ à espera de decisão há cinco meses
Há muito que se especula que o cargo no SSI pode ficar para José Casimiro Morgado, ex-homem forte do Serviço de Informações Estratégicas e de Defesa (SIED).
Ao que a VISÃO apurou, Montenegro tinha planeado levar os nomes para o SSI e para o SIRP a Belém esta semana, mas a onda de tumultos dos últimos dias pode fazer adiar o anúncio destas nomeações.
Por decidir estará ainda o novo diretor da Polícia Judiciária, uma vez que Luís Neves terminou a sua comissão de serviço há cinco meses e ainda não sabe se vai ser reconduzido ou substituído.