Augusto Santos Silva, 67 anos, licenciado em História e doutorado em Sociologia, professor catedrático, ex-ministro em vários governos socialistas, presidente da Assembleia da República e, portanto, segunda figura do Estado, deixa o Parlamento (agora dissolvido pelo Presidente da República) lançando, hoje mesmo, quinta-feira, 11, o livro Singular Plural (numa edição da própria Assembleia), em que, além de reunir os seus discursos e intervenções mais marcantes, inclui um texto inédito no qual explica o que é, para que serve e como funciona o Parlamento, oferecendo também uma visão fundamentada mas, necessariamente, pessoal, sobre a forma como se deve conduzir o respetivo presidente. No documento, não é difícil detetar as razões que levaram a uma tensão permanente entre o presidente da AR e o grupo parlamentar do Chega. “E, se há alguma coisa de que possa ser acusado, nessa matéria, é de excesso de contenção…”, afirma Santos Silva. Esta conversa com a VISÃO decorreu no próprio dia em que se iniciava o 24.º Congresso do PS e, nela, Augusto Santos Silva não desmente a eventualidade de uma candidatura presidencial.
Como chegou a este título para o seu livro? Singular Plural, porquê?
Por um lado, a pluralidade: o Parlamento representa o País (tal como o Presidente da República). Mas o PR representa o País na sua unidade, enquanto o Parlamento o representa na sua diversidade. E representa três diversidades: a diversidade do território, através dos círculos eleitorais, a diversidade de género e a diversidade mais importante, que é a da pluralidade das correntes políticas. Assim, o que faz a singularidade do Parlamento é a sua pluralidade!