No arranque do debate parlamentar da terceira moção de censura ao Governo liderado por António Costa – a segunda apresentada pelo Chega (a outra, foi apresentada pelo IL) –, André Ventura apontou o dedo à oposição, nomeadamente ao PSD, por não acompanhar a iniciativa apresentada pelo Chega.
Dirigindo-se diretamente aqueles que “prometeram ser uma alternativa” ao PS, Ventura voltou a colar-se ao legado (e memória) de Francisco Sá Carneiro, para lamentar esta posição. “Temos um Presidente da República e um país a dizer ‘mostrem alternativa’ e o que destrói o nosso coração [Chega] é que uma parte da alternativa prefere puxar o lençol e deitar-se com o PS”, disse o presidente do Chega.
Recorde-se que, na passada sexta-feira, Luís Montenegro anunciou que o PSD se irá abster na votação da moção de censura, classificando a iniciativa do partido de André Ventura como uma “infantilidade”.
PCP, Bloco de Esquerda, PAN e Livre já anunciaram vão votar contra.
Apenas o Iniciativa Liberal vai votar a favor, mesmo que classifique a iniciativa do Chega como “uma manobra de distração” e “uma infantilidade”.
Sob o título “Por um país decente e justo, pelo fim do pior Governo de sempre”, André Ventura começou a discussão dizendo que “este é o pior Governo de sempre da nossa história e este é o pior primeiro-ministro da nossa história”. Enumerando os problemas do País – em setores como a educação, saúde, habitação ou o preço dos combustíveis –, Ventura acusou o Governo de António Costa “não” apresentar “consistência”, nem oferecer aos portugueses “nenhum futuro”.
Para destacar os problemas no setor da educação, Ventura utilizou o relato da professora Carla Bastidas, publicado em dezembro de 2022, na VISÃO.
Costa diz que moção deixou PSD “embaraçado”
Na resposta, o primeiro-ministro acusou André Ventura de pretender “desafiar os parceiros de direita” com esta iniciativa e diz que esta terá “embaraçado o PSD e leva de arrasto a IL”. António Costa considera que a moção de censura apresentada pelo Chega “entretém a bolha política e mediática, mas diz zero aos portugueses”. Puxando dos galões, Costa enumerou o trabalho que o Governo tem feito nas áreas da saúde, habitação, emprego, combate à pobreza e trabalho.
O primeiro-ministro destacou, ainda, os resultados positivos da TAP em 2022, anunciando que, na próxima semana, o Governo vai apresentar “o diploma que estabelece o enquadramento da privatização da TAP, defendendo a companhia e os interesses de Portugal e dos portugueses”. A fechar a intervenção, António Costa diz que enquanto o Governo “foca-se em soluções, o Chega fica parado nas confusões. E enquanto a oposição pára, o Governo avança e Portugal progride”.
Pelo lado do PSD, Joaquim Miranda Sarmento criticou a governação socialista, mas reafirmou que não vai alinhar com o Chega, assegurando que o “PSD não é o partido das moções, é o partido das soluções”.