Quem há uma semana navegasse pelos anúncios de casas para arrendamento no site da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) não se terá apercebido logo, até porque, devido a um erro na gestão informática, ainda terá conseguido aceder ao agendamento de visitas às frações. Mas aqueles que por ali passavam regularmente, para dar uma vista de olhos às propriedades da instituição, terão ficado surpreendidos pelo súbito desaparecimento de tudo o que consistia na publicitação de habitações. E o mesmo aconteceu com a secção de arrendamento jovem, através da qual a Misericórdia prometeu, ao longo de anos, o acesso a uma casa na capital a preços mais favoráveis – mesmo que isso significasse que uma renda média mensal rondasse os 1 300 euros. Apenas os alugueres de espaços comerciais se mantêm.
Na origem de tal sumiço esteve uma ordem da administração da SCML, liderada pelo provedor Edmundo Martinho, dada aos serviços de gestão informática, para ser cumprida no mais curto espaço de tempo. Fonte interna da instituição adiantou à VISÃO que a orientação passou pela retirada de todos os anúncios de apartamentos (alvo de remodelações cuidadas), no “espaço de uma hora”, para “não ferir suscetibilidades no Governo” e deixar disponíveis na secção do património do site somente os arrendamentos não habitacionais, levando a que permanecessem quatro anúncios – um dos quais, um espaço de restauração no Largo Trindade Coelho, onde fica sediada a SCML, que custa 4 250 euros mensais.