Minutos depois do deputado liberal do Parlamento Regional dos Açores, Nuno Barata, ter anunciado que iria deixar o acordo que assinou com o PSD, em novembro de 2020, o deputado independente (eleito pelo Chega), Carlos Furtado, seguiu o mesmo caminho. Estas rescisões colocam em causa a matemática parlamentar, uma vez que a coligação dos sociais democratas, com o CDS e o PPM fica agora em minoria, com 27 deputados. Já o PS (25), o BE (dois) e o PAN (um) juntos somam 28.
A IL prescreveu “uma certidão de óbito” ao Executivo dos Açores, sentenciou Vasco Cordeiro, do PS Açores, e ex-presidente do Governo até 2020. “Recomendo ao Governo que pondere se a sua fragilidade é a melhor forma de servir os Açores e os açorianos”, aconselhou o socialista. Por sua vez, José Manuel Bolieiro, presidente do Governo Regional, disse que não pode “assumir as responsabilidades dos outros”, em declarações à CNN, garantido que continua empenhado em contribuir para a “estabelidade” da política regional.
Parlamento açoriano é composto por 57 deputados. Coligação de direita liderada pelo PSD agora tem apenas 27 deputados
O deputado da Iniciativa Liberal disse – esta quarta-feira, numa sessão plenária da Assembleia Legislativa, na cidade da Horta (Faial) – que o partido se vai “libertar do acordo de incidência parlamentar que assinou com o PSD”, em novembro de 2020 e que contou também com a assinatura do então deputado do Chega. Nuno Barata justificou a atitude com o alegado incumprimento do acordo por parte do PSD, garantindo que o “objetivo da IL era chegar ao fim do mandato”.
“No meio da turbulência que é este Governo regional do PSD, do CDS e do PPM, que não cumpre com os parceiros de incidência parlamentar, como também já não cumpre com este Parlamento, a Iniciativa Liberal não se contenta com isso e sabe que não pode carregar culpas desses incumprimentos da coligação para com os Açores e os Açorianos”, referiu o liberal. “Não estamos disponíveis para continuar a ser conotados com as vossas decisões erradas e comportamentos erráticos”.
Já Carlos Furtado, ex-Chega, aproveitou a oportunidade e acrescentou que também ele se tenciona desvincular por “incumprimentos e falta de respeito institucional”. “Fui tratado como um parente menor”, queixou-se o deputado independente, que já tinha ameaçado antes com esta decisão.